Excesso de álcool eleva risco de câncer de mama, diz estudo
As mulheres que tomam três ou mais doses de bebida alcóolica por dia correm praticamente o mesmo risco de desenvolver câncer de mama do que aquelas que fumam um maço de cigarros ou mais diariamente.
Os resultados são de uma pesquisa da organização americana Kaiser Permanente, que ressaltou que o tipo de álcool - cerveja, vinho ou destilado - não influencia nos riscos, e sim a quantidade.
Os pesquisadores estudaram os hábitos de consumo de álcool de 70.033 mulheres de todas as etnias, que forneceram informações durante exames médicos entre 1978 e 1985.
Em 2004, 2.829 destas mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama.
Eles compararam a quantidade de álcool ingerida e a freqüência da ingestão, além do tipo de bebida preferida - vinho, cerveja ou destilado.
Uma dose de álcool é o equivalente a um copo de vinho tinto (aproximadamente 120 ml), uma lata de cerveja (cerca de 300 ml) e uma dose de bebida destilada (aproximadamente 30 ml).
Benefícios ao coração
A conclusão da pesquisa foi de que as mulheres que ingerem até duas doses de álcool por dia têm 10% mais risco de desenvolver câncer de mama.
O risco foi 30% maior entre as mulheres que tomaram três ou mais doses de bebidas alcoólicas por dia.
"Um risco 30% maior não é algo insignificante. Se colocarmos este dado em um contexto, não é muito diferente do que o risco das mulheres que tomam hormônios estrogênicos", diz o pesquisador da Kaiser Permanente, Arthur Klatsky.
"Em uma pesquisa anterior realizada pela Kaiser Permanente, descobrimos que fumar um maço de cigarros ou mais por dia implica um risco semelhante (30% maior)."
Outros estudos, incluindo pesquisas dos mesmos autores deste estudo, demonstraram que o consumo leve de álcool pode diminuir os riscos de ataques cardíacos, mas Klastky afirma que os mecanismos do corpo trabalhando são diferentes em cada caso.
"Nós achamos que o benefício do álcool para o coração é real e provavelmente deriva do aumento do colesterol HDL (o colesterol bom), da redução de coágulos no sangue e de diabetes, gerados pelo álcool", diz o pesquisador.
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