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Quarta - 26 de Setembro de 2007 às 09:54

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Nos derradeiros capítulos de “Paraíso tropical” o casal-neura Gustavo (Marco Ricca) e Dinorá (Isabela Garcia) terá enfim dias melhores. O mesmo acontecerá com o ex-vilão Fred (Paulo Vilhena) e Camila (Patricia Werneck), que desistirá de assinar os papéis da separação.

Ao longo da trama, os romances desses personagens passaram longe da receita tradicional – aquela na qual o casal se apaixona, vive todo tipo de percalço para então chegar ao final feliz. Mesmo assim, o público fez coro e os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares optaram por um desfecho harmonioso entre os personagens.

O apoio popular para que Fred e Camila ficassem juntos foi o que mais surpreendeu os autores. A mocinha abandonou seu grande amor, Mateus (Gustavo Leão) para embarcar num casamento forçado com o almofadinha Fred. O ricaço praticamente subornou a sogra, Neli (Beth Goulart) para ficar com a garota. “No começo da novela as pessoas me paravam na rua para dizer que a Camila deveria ficar com o Mateus, que ele era seu primeiro amor”, conta atriz Patricia Werneck.

Nas últimas semanas, no entanto, Patricia tem ouvido palpite bem diferente dos fãs. “Agora sinto uma expectativa para que a Camila não assine os papéis do divórcio e fique com o Fred. Todo mundo percebeu que, tanto ele como a Camila, amadureceram com o casamento”, analisa.

Já os personagens Gustavo e Dinorá viviam uma união cheia de crises, com brigas e discussões que tinham seus dois filhos como testemunha. Como explicar que esses casais, apesar das trajetórias tão problemáticas, tenham caído no gosto popular?

Romantismo

O autor Ricardo Linhares credita tal comoção ao romantismo natural do brasileiro. “Acho o público romântico, as pessoas apostam na vitória do amor. Eu sou suspeito para falar, porque sou fã de finais felizes”, conta Linhares. “Apesar das crises, Dinorá e Gustavo não deixaram de se amar. E Fred aprendeu com o sofrimento e amadureceu, merecendo o amor de Camila”, avalia.

Para o psicoterapeuta Luiz Cuschnir, autor do livro “A relação homem & mulher – uma história dos seus encontros e diferenças”, a torcida pelos enamorados da ficção está relacionada ao conservadorismo, pois o brasileiro acredita no casamento como instituição. “A imagem da mulher vestida de noiva ainda é muito forte, é um ideal de felicidade. Ficou registrado no imaginário popular”, explica Cuschnir, referindo-se às cenas do casamento primaveril de Fred e Camila.

Prova de que brasileiro é a favor do casamento é a pesquisa mais recente do IBGE sobre estatística de registro civil, realizada em 2005. Neste ano, foram realizados 835.846 casamentos no Brasil, cerca de 4% a mais que em 2004 - ano em que já havia sido registrado crescimento de 7,7% em relação ao período anterior.

Ah, Dinorá

O ator Marco Ricca, que vive o personagem Gustavo, é da opinião de que há uma parcela do público que gosta de ver uniões duradouras – nem que para isso tenha que recorrer à ficção. “Há expectadores conservadores, que querem ver a família de Gustavo e Dinorá reunida. Tem muita gente que se identifica com aquele casamento, cheio de idas e vindas”, opina.

Numa dessas idas do casal, Gustavo se apaixonou pela estonteante Gilda (Luli Miller). O romance não deu certo nem na ficção, nem na opinião popular. No Orkut, internautas iniciaram a cruzada anti-Gilda com a comunidade “Odeio a Gilda – Paraíso tropical”, que faz a seguinte apresentação: “Se você simplesmente detesta a falsa santinha Gilda de ‘Paraíso tropical’, que fica de fazendo de inocente pra ficar com um cara casado essa é a sua comunidade!”.





Fonte: Folha Online

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