Brasil cai e é 122º em ranking para fazer negócios
O Brasil continua sendo um dos países considerados mais difíceis para a realização de negócios, caindo uma posição no ranking Fazendo Negócios 2008, compilado pelo Banco Mundial.
No ranking, que reúne 178 países analisados em 2006-2007, o Brasil ficou na 122ª posição, atrás de países como Namíbia (43ª posição), Botsuana (51ª) e Peru (58ª).
Entre os BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), o país ficou em último lugar.
A Índia, que até o ano passado estava atrás do Brasil, subiu para o 120º lugar, e a China saltou dez posições, passando de 93ª colocada para 83ª. A Rússia foi a 106ª colocada.
Em dados gerais, o relatório apontou que a Cingapura foi o melhor país para realizar negócios, seguida pela Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca.
Burocracia
O relatório ainda mostra que o Brasil ainda é o país onde as empresas passam mais horas pagando impostos: 2.600 horas por ano.
O país é seguido pela Ucrânia, onde 2.085 horas são gastas para cumprir compromissos tributários. Os Emirados Árabes Unidos ficaram em primeiro lugar neste quesito, com apenas 12 horas.
Os números do Brasil também não foram muito animadores no que se refere ao número de dias que os investidores levam para abrir uma empresa no país: 152. Esse número só é melhor do que o de três outros países: Congo, Guiné-Bissau e Suriname.
O estudo do Banco Mundial classificou a América Latina como a região mais lenta para a implantação de reformas que visam à melhoria do ambiente de negócios.
A Colômbia foi o destaque regional, ao impor medidas para acelerar o comércio, aumentar a proteção ao investidor e aliviar o ônus tributário.
Em âmbito mundial, os cinco principais reformistas foram Egito, Croácia, Gana, Macedônia e Geórgia.
Para o Bird, a lentidão das reformas na região, pode ser o resultado de um ano eleitoral muito ativo: em 13 países foram empossados novos governos em 2007.
“Começar um negócio na América Latina ainda leva, em média, 75 dias, muito mais tempo do que em qualquer outra região”, afirmou Sylvia Solf, uma das autoras do relatório.
“Outros obstáculos ainda presentes na região são tribunais lentos e sistemas tributários onerosos”, acrescentou.
Reforma nos tribunais
Em relação aos melhores países para fazer negócios na América Latina, Porto Rico ficou com a primeira posição, seguido de Chile e México. O Brasil, no 122º lugar, ficou à frente apenas do Equador, Bolívia, Haiti e Venezuela.
O relatório, no entanto, destacou a reforma dos tribunais brasileiros, com emendas ao Código Civil, que tornaram mais fácil aos credores cobrar dívidas.
Além disso, o país melhorou no quesito pagamento de tributos, passando da posição 151, em 2005-2006, para 137 2006 e 2007.
Isso se deve à queda do número de pagamento de impostos por ano, ano caiu de 23 para 11.
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