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Internacional
Segunda - 24 de Setembro de 2007 às 22:00

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Nova York, 24 set (EFE).- O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, se mostrou hoje disposto a ter uma relação cordial com os Estados Unidos, além de ter defendido um plebiscito para os palestinos decidirem seu próprio futuro, bem como mais investigações sobre o Holocausto e os "verdadeiros envolvidos" nos atentados de 11 de setembro de 2001.

Em visita a Nova York para participar da 62ª Assembléia Geral da ONU, Ahmadinejad discursou hoje na Universidade de Columbia, após um convite que despertou fortes críticas tanto de organizações civis como da imprensa, que o qualificaram de "demônio", "louco", "terrorista número um" e "Hitler iraniano".

Seu discurso foi precedido pela fala do reitor da Universidade, Lee Bollinger, que leu uma dura declaração na qual acusou o presidente iraniano de se comportar como um "mesquinho e cruel ditador" e qualificou de "ridícula e absurda" sua atitude quanto ao Holocausto, que Ahmadinejad chamou de "mito".

Após lamentar os insultos recebidos, Ahmadinejad assegurou que seu país está preparado para negociar e ter uma relação amistosa com todos os países, inclusive os EUA, com o qual não tem relações diplomáticas desde 1979.

Ahmadinejad - que recebeu aplausos e vaias em igual quantidade - fez várias menções ao Holocausto, de cuja existência garantiu hoje não duvidar, mas pediu que haja mais pesquisa sobre o assunto e através de perspectivas diferentes.

"Há pesquisadores que querem se aproximar do assunto por perspectivas diferentes. Por que são presos? Por que não são abertas todas as formas de pesquisa?", perguntou.

O líder iraniano acrescentou que, em seu país, todas as nações são bem-aceitas. "Somos amigos do povo judeu. Há muitos vivendo no Irã de forma segura", disse.

Sobre a questão palestina, considerou necessário solucionar um problema que já tem 60 anos. "São 60 anos de deslocamentos, de assassinatos, de conflitos e terror diariamente e de torturas em prisões", comentou o líder.

A respeito dos direitos humanos em seu país, Mahmud Ahmadinejad garantiu que as mulheres - "as melhores criaturas criadas por Deus" - são "as mais livres do mundo", e que participam de todos os níveis da sociedade e têm muitas responsabilidades.

Os estudantes de Columbia perguntaram a Ahmadinejad sobre a situação do homossexualismo em seu país. Sobre isso, disse que nós não temos homossexuais como em seu país (EUA). Não temos esse fenômeno, o que provocou risos generalizados no auditório.

Além disso, afirmou que seu país tem uma sociedade das mais ativas, dando como exemplo que entre 80% e 90% da população participam das eleições. Quanto à existência de execuções, lembrou que os EUA também têm pena de morte e também matam as pessoas que quebram certas leis.

Perguntado sobre os motivos pelos quais ajuda o terrorismo, Ahmadinejad argumentou que seu país foi vítima do terrorismo e que defendeu a investigação as verdadeiras raízes de suas causas.

O presidente iraniano falou do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 nos EUA e se perguntou: "Por que ocorreu? O que o causou? Que condições levaram a isso? Que esteve realmente envolvido?".

Ahmadinejad mostrou sua surpresa pelas críticas surgidas por sua intenção de visitar o "Marco Zero" em Nova York e insistiu que só queria que fosse uma demonstração de respeito, não um insulto a ninguém, como disseram.

O presidente iraniano também comentou durante seu discurso o programa nuclear do país, reiterando que já foi demonstrado que ele tem fins pacíficos e que o Irã tem direito de desenvolver energia nuclear e ser independente, porque, além de ser reconhecido por todos os membros da Agência Internacional de Energia Atômica, "a ciência é um presente divino concedido a todos".

"Todos nós sabemos que se trata de um assunto político", sentenciou Ahmadinejad, apontando que mais de 300 mil iranianos foram vítimas de armas nucleares iraquianas, um regime que chegou a contar "com o apoio dos EUA".

Na sua opinião, "algumas grandes potências querem monopolizar a ciência e não querem ver o progresso de outras sociedades e nações".




Fonte: EFE

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