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Economia
Segunda - 24 de Setembro de 2007 às 21:29

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Representantes de grandes mineradoras brasileiras que atuam no Brasil defenderam hoje que as companhias privadas tenham autorização para explorar urânio no País. Em um debate durante o 12º Congresso Brasileiro de Mineração, o presidente da CVRD Inco, Murilo Ferreira, disse que a companhia teria interesse em começar a exploração em território brasileiro.

"A Vale [do Rio Doce] já iniciou a exploração do mineral no Canadá, com boas perspectivas", disse. Pela constituição de 1988, toda a exploração de urânio é controlada pela estatal Indústrias Nucleares Brasileiras (INB).

O presidente da Yamana Gold, Antenor Firmino da Silva, afirmou "que não vê qualquer sentido no monopólio". Em junho deste ano, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) encaminhou ao Congresso uma proposta de flexibilização da exploração dos minerais e minérios radioativos, a exemplo do que ocorreu com o setor de petróleo e gás.

A expectativa, segundo o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna, é que a iniciativa privada seja autorizada a realizar o levantamento geológico e a exploração, sendo que a comercialização seria feita pela INB. Os recursos captados com a venda para o exterior poderiam ser utilizados para financiar o programa nuclear brasileiro. Ele afirmou que já está em estudo pelo Ministério das Minas e Energia a possibilidade de mineração de urânio encontrado junto a uma jazida de fosfato no Estado do Ceará.

Produção

De acordo com dados do Ibram, o Brasil é o décimo segundo maior produtor de urânio do mundo, com cerca de 360 toneladas/ano (concentrado). A produção atende atualmente à demanda das usinas nucleares brasileiras de Angra I e II. Porém, segundo Camillo Penna, o país já possui a 6ª maior reserva mundial (309 mil toneladas), sendo que os levantamentos realizados abrangem apenas 30% do território brasileiro. As principais reservas estão localizadas nos Estados da Bahia e Ceará.

A estimativa do Ibram é de que, com a participação da iniciativa privada, o País passaria para o terceiro maior produtor. "Hoje, se o Brasil tivesse as oito usinas nucleares em operação (incluindo as sete previstas no acordo com a Alemanha), utilizaria apenas 30% do que tem durante 60 anos e exportaria o excedente", afirmou.

Tecnologia

O obstáculo, de acordo com ele, é que o País não domina a tecnologia de enriquecimento do mineral. "Falta capital para investir em tecnologia". Ele ressalta a valorização do produto no mercado internacional, que saltou do patamar de US$ 12 por libra peso em 2004 para o patamar de US$ 122/libra peso em julho deste ano.

"O urânio não é mais um minério estatal, é uma commodity", defende o presidente do Ibram. A demanda mundial pelo mineral é de 67 mil toneladas/ano. A proposta de flexibilização, de acordo com ele, está sendo analisada pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.




Fonte: AE

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