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Internacional
Sábado - 22 de Setembro de 2007 às 22:30

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YANGUN, 22 Set 2007 (AFP) - Mais de 2.000 monges budistas se manifestaram pacificamente neste sábado, pelo sexto dia consecutivo, nas ruas de Yangun contra a junta militar que governa Mianmar, enquanto outros 1.000 marchavam em silêncio na cidade de Mandalai, informaram algumas testemunhas.

Os religiosos são muito respeitados neste devoto país budista. Neste sábado, um grupo de monges pediu que os cidadãos se solidarizassem com os protestos e aderissem às vigílias, que vão começar no domingo e durarão três dias. O grupo pediu ainda que as pessoas rezassem durante 15 minutos às oito da noite nas portas de suas casas.

A escalada de protestos tocou a comunidade internacional. Tanto, que o chefe da diplomacia britânica, David Maliband, pediu que a questão fosse tratada durante a próxima Assembléia Geral da ONU.

Assim como em dias anteriores, os religiosos tomaram a direção do pagode Shwedagon, principal atração turística de Yangun, antiga capital birmanesa.

O protesto dos monges é o maior já registrado contra o regime militar birmanês nas últimas duas décadas.

Em Yangun, os monges, vestidos com suas túnicas cor de açafrão, rezaram durante cerca de 20 minutos debaixo de chuva antes de se dirigirem ao centro da cidade, para a embaixada de China, segundo algumas testemunhas.

Um grupo de pelo menos cem pessoas se juntou à manifestação, acompanhando-a com palmas.

Dezenas de membros das forças de segurança birmanesas vestidos à paisana, alguns deles com câmeras de vídeo, acompanharam a manifestação.

A multidão de monges que marchou em Mandalai terminou sua manifestação pacífica no centro desta cidade, que é a segunda maior de Mianmar e também um importante centro de ensino do budismo, afirmaram algumas testemunhas.

Os monges lideram desde o início desta semana o movimento de protesto contra o regime birmanês desencadeado no dia 19 de agosto após o brusco aumento dos preços dos combustíveis e do transporte público, que afeta duramente este país pobre do sudeste asiático.

Desde então, já foram presas mais de 150 pessoas, inclusive Min Ko Naing, o ativista democrático mais importante depois da líder de oposição e prêmio Nobel da Paz, Aiung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliar há quatro anos.

Acompanhada de duas mulheres, Kyi saudou os milhares de monges que passavam diante de sua casa. Mesmo sob forte chuva, os manifestantes ali permaneceram por 15 minutos.





Fonte: AFP

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