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Sábado - 22 de Setembro de 2007 às 17:10
Por: Celso Bejarano Jr.

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Amaury Ribeiro Júnior, 44 anos, baleado na quarta-feira (19), na Cidade Ocidental, cidade goiana do entorno do Distrito Federal, a 48 quilômetros de Brasília, foi o primeiro jornalista da mídia nacional a produzir reportagem sobre a organização criminosa chefiada por João Arcanjo Ribeiro. Médicos disseram que o estado de saúde do jornalista é satisfatório.

Amaury Júnior, dono de ao menos 20 prêmios, três dos quais Esso, tido como o mais importante do jornalismo brasileiro, era em maio de 2001, repórter especial do jornal O Globo.

Nesse período, ele esteve em Cuiabá e escreveu uma página inteira sobre Arcanjo. O Globo publicou e o jornal Folha do Estado reproduziu a seguinte manchete: “O Al Capone de Mato Grosso”, uma referência a Arcanjo que, na época, embora metido em negócios ilícitos como cassino e jogo do bicho era dono de uma invejável influência no meio político e policial do Estado.

Parte da reportagem de Amaury já havia sido publicada na Folha do Estado, na época, um dos poucos órgãos de comunicação mato-grossense a tocar no assunto.

O jornalista tentou entrevistar Arcanjo por duas vezes, uma delas numa igreja que o ex-bicheiro costuma freqüentar uma vez na semana. Não conseguiu. Até 2001, o cassino de Arcanjo, conhecido como Estância 21 ainda funcionava e era visitado por políticos importantes da cidade.

O então jornalista de O Globo ficou em Cuiabá por uma semana e levou consigo imagens de Arcanjo e seus negócios que haviam sido registradas por repórteres fotográficos de Cuiabá.

Escrever sobre Arcanjo era um risco. Tanto que, por recomendação dos fotógrafos que cederam o material a Amaury, pediram para que suas obras não fossem assinadas.

Pudera. Em 2001, Arcanjo desfilava pela cidade dentro de carros blindados e cercados de seguranças. Ninguém ousava em desafiá-lo.

Depois do material publicado tanto pelo jornal O Globo quanto pelo jornal Folha do Estado, os dois cassinos de Arcanjo, um em Cuiabá e o outro em Rondonópolis, fecharam as portas e não funcionaram mais. Não por recomendação judicial. Por vontade do próprio Arcanjo.

A reportagem “O Al Capone de Mato Grosso”, acirrou os ânimos entre o jornal Folha do Estado e o ex-bicheiro. A Folha continuou denunciando Arcanjo. O fundador do jornal, Sávio Brandão, fora assassinado dois anos depois. O Ministério Público Estadual denunciou o ex-bicheiro como o mandante da morte.

Arcanjo fora condenado e hoje cumpre pena por crimes financeiros em Cuiabá. Ele deve enfrentar mais julgamentos por mando de morte de ao menos seis pessoas, uma delas Sávio Brandão.

O ATENTADO

Amaury Ribeiro Júnior, foi baleado por volta das 19 horas de quarta-feira. Ele é repórter do Correio Braziliense e investigava uma denúncia sobre cooptação de menores pelo tráfico no entorno do Distrito Federal.

Um rapaz abordou Amaury, que estava num bar, afirmando que se tratava de um assalto, mas disparou logo três tiros no jornalista. Uma bala acertou o repórter na barriga e se despedaçou em vários estilhaços parando apenas pouco abaixo na virilha esquerda. Os outros dois disparos não o acertaram. O suspeito foi detido. Amary se recupera bem.





Fonte: Midia News

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