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Saúde
Sábado - 22 de Setembro de 2007 às 08:38

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A fabricante de medicamentos Merck interrompeu os testes de sua vacina experimental contra o vírus HIV, considerada a mais promissora das vacinas em desenvolvimento, após uma banca de monitoração considerá-la ineficaz.

O resultado negativo dos testes representa um grande retrocesso no esforço global para diminuir as novas infecções pelo vírus causador da Aids em todo o mundo. A Merck sempre se referia à vacina com muito otimismo, e vinha realizando pesquisas há uma década.

O instituto independente Data Safety Monitoring Board analisou os resultados dos estudos da vacina e recomendou o fim dos testes em voluntários, prevendo sua ineficácia.

“Ninguém sabe quando e se nós vamos chegar a ter uma vacina eficaz contra o HIV porque o vírus é um enorme desafio”, declarou Mark Feinberg, vice-presidente de assuntos médicos da unidade de vacinas da Merck.

A vacina testada consistia num vírus de gripe comum incorporado com três proteínas encontradas no HIV.

“O conceito era de que, se uma pessoa vacinada fosse exposta ao HIV, o sistema imunológico reconheceria aquelas proteínas do HIV e iriam atrás do vírus”, exlpicou Keith Gottesdiener, outro executivo da Merck.

Gottesdiener disse não poder responder se a Merck iria tentar desenvolver outras vacinas contra o HIV. “Neste ponto ainda não podemos responder. Estamos começando a analisar novamente os dados que temos e suas conseqüências”, disse.

Brasil

Um dos países envolvidos na pesquisa da Merck para desenvolver uma vacina anti-HIV, o Brasil realizou testes em 132 voluntários. "Nenhum voluntário brasileiro adquiriu a infecção pelo HIV durante o acompanhamento", diz um comunicado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das coordenadoras da pesquisa no Brasil, sobre a interrupção.

O comunicado diz, entretanto, o estudo não vai ser totalmente interrompido e os voluntários vão continuar sendo acompanhados.

"Embora esse resultado seja frustrante para a comunidade científica e todos as pessoas envolvidas neste esforço, os pesquisadores brasileiros envolvidos no projeto reforçam que a busca por uma vacina contra o HIV e contra a Aids continua a ser uma prioridade. Os dados deste estudo serão fundamentais para o planejamento dos novos passos a serem tomados para se obter uma possível vacina efetiva."

O estudo recrutou três mil voluntários nos EUA, Brasil, Peru, República Dominicana, Haiti, Canadá, Austrália e Porto Rico, com idade entre 18 e 45 anos. No Brasil, o estudo é conduzido nas Unidades de Pesquisa do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS, da Secretaria de Saúde de São Paulo; da Universidade Federal de São Paulo; e do Projeto Praça Onze, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.





Fonte: G1

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