Greve dos Correios termina após acordo
Segundo a assessoria de comunicação do TST, a proposta dos Correios, que envolve reajuste salarial de 3,74% e outros benefícios, foi aceita pelos sindicatos, perante o compromisso dos trabalhadores de voltarem às suas atividades em imediato e colocarem os serviços atrasados em dia no prazo de uma semana. Em caso de descumprimento, a empresa fica autorizada a convocar empregados dos setores em que persistir o atraso para trabalhar aos sábados e domingos.
A comissão de negociações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) disse ao G1 por telefone, por volta das 19h, pouco antes do fim da reunião, que 19 dos 33 sindicatos aprovaram a proposta da empresa. Esse número seria suficiente para a assinatura de um acordo.
Segundo um dos sete membros da comissão e coordenador geral do sindicado de São Paulo, José Rivaldo, o retorno dos funcionários representados pelos sindicatos que aprovaram o acordo deve acontecer já na noite desta sexta-feira.
De acordo com Rivaldo, se algum sindicato optar por permanecer em greve, será uma paralisação local. Segundo Francisco José Nunes, do Comando Nacional de Greve, caso isso aconteça, estarão indo contra uma decisão do TST, e estariam sujeitos à multa.
A negociação no TST começou na quarta-feira (19), um dia depois da empresa instaurar o dissídio em que pedia que o tribunal declarasse a abusividade da greve. O ministro Milton de Moura França insistiu para que as partes chegassem a um acordo, afirmando que a solução negociada é sempre melhor que a judicial. Ele afirmou que a empresa e a federação souberam "compreender a gravidade da situação, que envolve um serviço de utilidade pública importantíssimo e trabalhadores cuja responsabilidade e dedicação são reconhecidas por toda a população".
Proposta
Rivaldo afirmou que a proposta aceita pela categoria é de reajuste salarial de 3,74%, abono salarial de R$ 500, além de aumento linear de R$ 60 a toda a categoria a partir de janeiro, sem alteração do convênio médico dos funcionários. Os grevistas também não precisarão repor os dias parados, desde que coloquem o serviço em dia, segundo Rivaldo.
A reivindicação inicial dos funcionários era reposição salarial de 47,77%, relativa a perdas desde 1994, aumento real de R$ 200, adicional de periculosidade e melhores condições de trabalho e de segurança nas agências. Os Correios apresentaram proposta de reajuste de 3,72% e abono de R$ 400.
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