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Internacional
Sábado - 22 de Setembro de 2007 às 06:12

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Tóquio, 22 set (EFE).- Parlamentares e delegados do Partido Liberal-Democrata (PLD) escolherão amanhã entre dois candidatos o dirigente que na terça-feira será eleito o novo primeiro-ministro do Japão: o carismático Taro Aso ou o favorito, o pragmático Yasuo Fukuda.

As pesquisas da semana passada entre os 528 membros do PLD com direito a voto prevêem que Fukuda será escolhido como presidente do partido, com o apoio de dois terços dos eleitores.

A maioria do PLD na Câmara Baixa garante que o vencedor da disputa interna será eleito primeiro-ministro na terça-feira. No entanto, a posição do novo governante será frágil, devido a dois grandes obstáculos.

O primeiro é a firme intenção de bloqueio de uma oposição, fortalecida como nunca após a vitória nas eleições para o Senado, de 29 de julho. O impacto da derrota do PLD foi tão grande que, segundo muitos observadores e amplos setores do partido, o atual primeiro-ministro, Shinzo Abe, abalado pelos escândalos de corrupção envolvendo seus ministros, deveria ter renunciado no dia seguinte, em vez de esperar seis semanas.

Além disso, o primeiro-ministro será eleito, pela segunda vez consecutiva, sem que a população tenha participado da escolha. Setores do partido temem que isso diminua a popularidade do novo chefe de Governo.

A inclinação da cúpula do partido por Fukuda pode ser justamente uma tentativa de distanciamento da administração de Abe. Durante o período de menos de um ano em que governou o Japão, a sua aceitação popular caiu de 70% para cerca de 30%.

Taro Aso, amigo de Abe, foi uma peça fundamental de seu Executivo, como ministro de Relações Exteriores. Mesmo sem ser alvejado pelos numerosos escândalos que marcaram os últimos seis meses, está marcado pela participação num Governo extremamente impopular.

Fukuda é considerado um bom gerente, com contatos na burocracia japonesa e uma experiência adquirida durante seu longo mandato como porta-voz do bem-sucedido mandato de Junichiro Koizumi, o antecessor de Abe.

Na política externa, o favorito demonstra um enfoque moderado na relação com China e Coréia. Assim como Aso, ele defende a missão de apoio do Japão aos Estados Unidos no Afeganistão.

A polêmica sobre o prolongamento da missão, que em princípio deveria terminar em novembro, foi uma das causas da queda de Abe. A oposição mantém sua posição frontalmente oposta à extensão do prazo.

A oposição controla o Senado, que será um campo minado para o próximo primeiro-ministro.

A candidatura oposicionista do líder do Partido Democrático (PD), Ichiro Ozawa, na eleição para primeiro-ministro, torna ainda mais sombrio o futuro do próximo governante. Esta semana, os partidos opositores também anunciaram uma moção para acabar com a missão militar logística de apoio aos EUA no Iraque.

Os buracos na estrada do futuro líder japonês são tão numerosos que, segundo o jornal liberal "Asahi Shimbun", o bloqueio que a oposição anunciou já leva Fukuda a cogitar uma antecipação das eleições para a Câmara Baixa. Elas seriam realizadas em março, e não na data prevista de setembro de 2009.




Fonte: EFE

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