Desenvolvimento Sustentável tem espaço no Biodiesel BR 2007
O pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, da Universidade de São Paulo (USP), Orlando Silva palestrou sobre “Os biocombustíveis no contexto das energias alternativas”. Ele apresentou várias informações sobre o que é e como se obter biocombustíveis, além de falar sobre o desenvolvimento sustentável e eficiência energética (uso racional da energia). “Em lugares como Cuiabá, onde há grande incidência de sol, o ideal seria que a arquitetura das construções levasse isso em conta, aproveitando melhor a luz solar e menos energia elétrica”, afirmou.
O conferencista também disse que com a crescente preocupação dos paises ricos em diminuir sua dependência dos combustíveis fósseis (petróleo), principalmente pelo aquecimento global, dá oportunidade aos países em desenvolvimento de produzir e exportar biocombustiveis e não apenas a matéria-prima.
ÓLEOS RESIDUAIS
A mesa redonda do período da manhã teve como tema “Biodiesel a partir de óleos residuais: um serviço ambiental e uma estratégia para inclusão social”. Para debater o assunto, participaram o pesquisador do ESALQ/Piracicaba, Warwick Manfrinato; o representante da Sinergia – Soluções Integradas em Energia Renovável, Vaniomar Rodrigues; e a representante do Sebrae, Helen Camargo. A mediação foi feita pelo coordenador do evento e pró-reitor de Pesquisa da UFMT, Paulo Teixeira de Sousa Jr.
Todos os integrantes salientaram que discutir a questão é de extrema importância em especial no que se refere à poluição ambiental. Warwick Manfrinato apresentou alguns dados que dão dimensão do problema. Estima-se que o consumo de óleo seja de 2 a 3 litros por mês para cada habitante, sendo que 90% disso acaba por poluir os rios, pois são descartados diretamente na rede de coleta de esgoto. “O processamento desse óleo e um desafio”, declarou.
Entre os problemas apontados pelos debatedores, o principal relaciona-se a coleta e armazenamento desses óleos residuais. Quanto à coleta, o desafio é o óleo utilizado nas residências, já que muitas pessoas acabam reutilizando o óleo na fritura de alimentos e o que sobra é jogado na rede de esgoto. “Falta conscientizar a população de que essas atitudes são prejudiciais tanto ao meio ambiente quanto a sua própria saúde”, explicou Vaniomar Rodrigues.
No que se refere a indústria e comércio, a situação é um pouco melhor, mas ainda há a questão do armazenamento correto desse óleo para posterior processamento para que ele seja usado na fabricação do biodiesel. “O principal gargalo é esse: a logística para o recolhimento e armazenamento do óleo residual e a falta de políticas públicas para incentivar e regulamentar esse uso para a produção do biodiesel”, afirmou a representante do Sebrae.
Warwick ainda relatou a existência de algumas empresas que estão utilizando óleo residual como combustível o que não é aconselhável de forma alguma. O coordenador do evento, Paulo Teixeira de Sousa, lembrou de uma situação semelhante que ocorreu recentemente no Mato Grosso. “Devido ao preço do diesel e da baixa do dólar que prejudicou as exportações, os produtores começaram a usar óleo de cozinha como combustível”, relatou, lembrando que a decisão acabou comprometendo a própria arrecadação do Estado, já que o consumo de diesel diminuiu consideravelmente.
O Biodiesel BR 2007 é realizado pela UFMT, com apoio da Secretaria de Estado de Indústria, Comercio, Minas e Energia (Sicm0, do Centro de Pesquisa do Pantanal-CPP, Banco da Amazônia, Sebrae, ANP, OCB/MT, Petrobras, BNDES, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste.
Colaborou Assessoria do evento
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