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Quinta - 20 de Setembro de 2007 às 07:36
Por: Adilson Rosa

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Sob forte esquema de segurança, o ex-PM Célio Alves de Souza e o ex-cabo PM Hércules Araújo Agostinho, apontados como pistoleiros da organização criminosa supostamente comandada por João Arcanjo Ribeiro, chegam amanhã para o julgamento de Célio pela chacina ocorrida em Várzea Grande, em maio de 2001. Ele será julgado como executor do assassinato dos jovens Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges e Mauro Celso Ventura de Moraes. Hércules foi arrolado como testemunha de defesa.

Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), os dois chegarão num avião da Polícia Federal e serão escoltados por agentes federais de Mato Grosso do Sul, que receberão reforço dos agentes federais de Mato Grosso e policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

A PF não confirmou a vinda deles um dia antes da data do julgamento, como anunciado pela Justiça Federal daquele Estado. Para a PF, “não é recomendável” a vinda na véspera por uma questão de segurança. Como o vôo é de cerca de uma hora e o julgamento está marcado para ter início às 9 horas, eles deverão decolar no início da manhã.

O julgamento de Célio ocorrerá no Tribunal do Júri da Comarca de Várzea Grande, presidido pela juíza Maria Erotides Macêdo. Na entrada do fórum foi instalada uma porta giratória com detector de metais, aumentando a segurança no local.

Segundo a magistrada, o processo estava concluso desde a época em que Célio fugiu da Penitenciária Regional de Pascoal Ramos, em julho de 2005 - não havendo mais chance de recurso, faltando apenas marcar a data do julgamento.

O processo tinha também o bicheiro João Arcanjo Ribeiro como mandante do crime, mas como o advogado dele recorreu da pronúncia, o caso foi desmembrado. Segundo o Tribunal de Justiça (TJ), o desmembramento ocorreu desde a recaptura de Célio, em julho deste ano, pois os trâmites processuais de Célio e Arcanjo estavam em fases diferentes.

Já condenado a 73 anos de prisão, esse é o primeiro júri que Célio Alves enfrentará após ser recapturado há dois meses na fronteira com a Bolívia.

Pela chacina, além de Célio e Arcanjo, o Ministério Público Estadual denunciou mais duas pessoas - o ex-cabo Hércules de Araújo Agostinho, já condenado a 21 anos e seis meses como um dos executores; o cobrador de dívidas João Leite, que foi inocentado. Denunciado como mandante, Arcanjo, através de seus advogados, entrou com recurso em sentido estrito e aguarda a decisão do TJ.

De acordo com a denúncia, o motivo dos crimes foi uma espécie de vingança, já que os adolescentes teriam furtado cerca de R$ 500 de uma das bancas de jogo do bicho de propriedade de João Arcanjo Ribeiro. Dois rapazes teriam participado do suposto assalto e o terceiro foi levado junto porque estava no lugar errado, na hora errada.

Conforme o MP, Arcanjo não poderia aceitar que suas bancas de jogo fossem alvo de assaltos, pois certamente isso prejudicaria o bom andamento de seus "negócios". E para dar exemplo, determinou a seus pistoleiros de aluguel que executassem os três adolescentes responsáveis pelo assalto.





Fonte: Diário de Cuiabá

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