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Internacional
Terça - 18 de Setembro de 2007 às 16:55

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Atenas, 18 set (EFE).- O primeiro-ministro grego, o conservador Costas Caramanlis, apostou hoje na continuidade ao formar seu novo Governo, mas eliminou o Ministério de Ordem Púbica, por considerá-lo responsável pelas falhas no combate aos graves incêndios que castigaram a Grécia nos últimos meses.

Um dia depois que o presidente grego encarregou Caramanlis de formar um novo Gabinete - depois que seu partido, o Nova Democracia (ND), obeteve a maioria absoluta nas eleições de domingo -, o porta-voz do Executivo, Teodoros Rusopulos, anunciou a composição do novo Governo. Ele reduziu o número de Ministérios de 18 para 16.

Todos os ministros são membros do ND, que mantém em suas anteriores pastas os titulares de Assuntos Exteriores, Defesa, Economia e Obras Públicas. Já os vice-ministros foram substituídos.

Uma das mudanças mais significativas é que a Polícia e o Corpo de Bombeiros mudaram de Ministério, já que estavam submetidos ao de Ordem Pública, absorvido agora pelo do Interior.

A ação da Polícia e dos bombeiros durante os incêndios do verão no país, principalmente durante os últimos dez dias de agosto na península do Penopoleso, gerou críticas da população. O fogo matou 67 pessoas, queimou 200 mil hectares de florestas e cultivos e deixou milhares de desabrigados na Grécia.

Com a tragédia, por pouco Caramanlis não ficou impossibilitado de governar sozinho.

Os incêndios mais intensos ocorreram duas semanas depois da convocação das eleições antecipadas, nas quais 12 deputados do ND perderam seus cargos. Agora só uma cadeira garante a maioria absoluta ao primeiro-ministro: seu partido tem 152 dos 300 assentos do Congresso.

Apesar da vitória com pequena margem de vantagem, Caramanlis interpretou o triunfo como um sinal verde para continuar com as reformas empreendidas, que já conseguiram melhorar o desempenho macroeconômico grego.

"Caramanlis se mostrou decidido a continuar com sua obra de reformas com poucos e bons" ministros, disse à agência Efe o analista político Teodoros Columbis, comentando a composição do novo Governo.

A permanência do arquiteto da política econômica do Executivo anterior, Giorgos Alogoskoufis, apoiado por colaboradores com experiência em finanças e sindicatos, indica a possibilidade de uma continuação das reformas sociais, que devem ser concluídas no segundo mandato.

Aloguskoufis e seus colaboradores conseguiram reduzir o déficit fiscal de 7,9% do PIB em 2004 para 2,9% em 2006. Com isso, a Grécia conseguiu, pela primeira vez desde a adoção do euro, situar-se abaixo dos 3% exigidos no Plano de Convergência da União Européia (UE).

Nos próximos anos, o ministro de Economia deve avançar na privatização de empresas, de acordo com o programa eleitoral do ND.

O novo ministro de Desenvolvimento, Christos Folias, um dos vice-ministros de Finanças no Gabinete anterior, terá a missão de aproveitar melhor os 20 bilhões de euros dos fundos europeus para o período 2007-2013.

A única pasta que conservou toda sua equipe anterior é a de Obras Públicas e Meio ambiente, encarregada de dar continuidade aos grandes projetos de infra-estrutura.

Com o objetivo de manter estável a política externa - a Grécia é favorável ao ingresso da Turquia na UE, sob as condições requeridas -, a chefe da diplomacia, Ntora Mpakogianni, e o ministro da Defesa, Evangelos Meimarakis, foram mantidos no novo Governo.

Os ministros selecionados prestarão juramento amanhã e devem enfrentar uma dura oposição - com o socialista Pasok (102 deputados) à frente - no novo Parlamento, que será constituído dia 26.





Fonte: EFE

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