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Polícia Brasil
Terça - 18 de Setembro de 2007 às 14:42

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A polícia prendeu quatro dos sete policiais militares foragidos, acusados de ligações com o tráfico de drogas em Caxias. Todos são do 15º Batalhão (Duque de Caxias). A informação foi confirmada nesta terça-feira (18) pela Polícia Militar, que, no entanto, não informou quando foram feitas as prisões.

Três policiais ainda estão foragidos. Com as novas prisões, o número de policiais presos subiu para 56. Eles são acusados de alertar traficantes com antecedência sobre operações policiais. As informações são do delegado André Drumond, da 59ª DP (Duque de Caxias).

Os policiais presos também são acusados de subornar criminosos para agir sem restrição na região e de negociar prisões e libertações de traficantes, segundo o delegado.

“Começamos um trabalho de inteligência na área em fevereiro, para desmantelar o tráfico na região. Pegamos pessoas que transportavam drogas, informantes e donos do tráfico e começamos a identificar policiais que se envolviam recebendo dinheiro para dar cobertura a diferente grupos, mais e menos temidos”, explicou Drumond.

As investigações apontam que, divididos em grupos e subgrupos, os 52 PMs atuavam nas favelas de Parada Angélica e Imbariê. Eles recebiam de R$ 2 mil a R$ 3,9 mil por semana dos traficantes.

De acordo com o delegado, o comandante do 15º BPM ajudou a prender seus prórpios funcionários. Entre os presos, no entanto, não há até agora oficiais, a maior patente constatada foi, segundo Drumond, de primeiro sargento.

Como foi a prisão

A maior parte dos policiais foi presa enquanto saía ou chegava ao trabalho no 15º BPM (Duque de Caxias). Cerca de 100 homens da Corregedoria de polícia atuaram nas prisões.

“Vamos aguardar o inquérito para apurar o que é crime comum e o que é crime militar e, se comprovado, os policiais deverão ser condenados e expulsos da corporação. O corporativismo não tm espaço na PM”, assegurou o corregedor da PM Coronel Paulo Ricardo Paul.

Os presos vão responder por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, concussão (crime cometido por funcionário público) e associação para o tráfico. “A nossa grande satisfação é condenar, munir de provas irrefutáveis para que o juiz não tenha como não condenar”, completou Drumond.

Força Nacional pode dar reforço policial

De acordo com o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame, as prisões vão comprometer a rotina de policiamento na Baixada Fluminense. Os policiais presos correspondem a cerca de 10% do efetivo do batalhão.

“Isso vai nos trazer problemas porque já temos poucos policiais, mas vamos fazer um remanejamento para que isso seja solucionado o mais rápido possível. Preferimos mais policiais desse tipo presos do que atuando dessa maneira nas ruas”, afirmou o secretário, que cogita até o uso de homens da Força Nacional para fazer o policiamento da área.

“Essa operação mostra que estamos fazendo um trabalho sério em relação ao desvio de conduta. A sociedade quer menos conversa e mais resultado. Se quisermos oferecer um trabalho de segurança pública à sociedade precisamos desse tipo de trabalho”, disse Beltrame.

Questionado se a má remuneração dos policiais influencia atitudes como as flagradas nas investigações, o secretário disse que dignidade não se compra. “O estado precisa fazer o que está fazendo: reequipar a polícia e dar dignidade aos policiais”, concluiu.

Punições disciplinares caíram e expulsões aumentaram no Rio

Dados da corregedoria de polícia mostram que, de 2004 para cá, 637 policiais foram expulsos da corporação e 348 permanecem presos no Batalhão Especial Prisional.

Se os números da punições discipinares caíram de 12.719, em 2004, para 10.800,, ano passado, as expulsões aumentaram de 76, em 2004, para 205 em 2006.

Este ano, até 31 julho 5.080 policiais foram punidos e, até setembro, 161 foram desligados da Polícia Militar.




Fonte: G1

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