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Economia
Segunda - 17 de Setembro de 2007 às 19:34

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Depois de dez horas de reunião, o sentimento é de frustração entre técnicos do Ministério da Agricultura (Mapa) que tentaram negociar a reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira e um eventual aumento das exportações de carnes de frango e suína. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, não admitiu que as conversas entre representantes dos dois países "ficaram aquém do que gostaríamos".

Entre representantes da iniciativa privada, a expectativa era de avanço nas negociações, principalmente no que diz respeito aos embarques de carne suína, já que focos de peste suína no rebanho chinês reduziram o estoque do mercado local. Neste caso, pode haver avanço nas negociações, segundo Porto, em novembro, quando representantes da Organização Mundial do Comércio (OMC) se reunirão com representantes do Ministério da Saúde da China. O encontro terá o Brasil como convidado.

Para os demais produtos que o Brasil pretende vender para a China, as discussões ficaram para janeiro, em nova reunião da subcomissão de inspeção e quarentena da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível (Cosban). Porto disse, após a reunião, que a China é um dos mercados que mais demandam alimentos no mundo e que há déficit na balança comercial do Brasil com o país. Este déficit, segundo ele, poderia ser compensado com as exportações de produtos agrícolas do Brasil, mas ele sinalizou que é preciso ter paciência nas negociações internacionais. "Uma negociação internacional não é como plantar um pé de couve, é plantar uma árvore, que às vezes demora a crescer", afirmou.

Desinteresse

Segundo Porto, a missão chinesa que veio ao Brasil não tem grande poder de negociação. Os representantes do grupo disseram que os assuntos específicos serão tratados por técnicos chineses. Durante o dia, foram dois os sinais de desinteresse do governo chinês em relação à proposta brasileira de assinatura de acordo. O primeiro foi que o vice-ministro de Quarentena da China (AQSIQ), Wei Chuanzong, deixou a reunião e não voltou a reunir-se com os técnicos brasileiros. Ele também não apareceu no final da reunião para assinar o documento que prevê apenas a continuidade das discussões.

Um outro vice-ministro assinaria o documento pelo lado chinês, mas os técnicos da agricultura não sabiam o nome da autoridade. O segundo descrédito foi a recusa dos chineses em aceitar a refeição oferecida pelo Ministério da Agricultura. Os chineses optaram por almoçar em uma famosa churrascaria de Brasília. "Foi um dia perdido", resumiu uma fonte da Secretaria de Defesa Agropecuária.




Fonte: AE

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