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Abelhas sem ferrão podem gerar mais renda a apicultores
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou, na semana passada, os últimos resultados de suas pesquisas com abelhas sem ferrão. Nativas do Brasil, elas produzem mel com teor de açúcar maior e, portanto, com mais sabor. A meliponicultura, como é a chamada a criação, valoriza o alimento: para o produtor, a venda pode render até cinco vezes mais do que a do mel comum. No futuro, abelhas assim poderão ser usadas para polinizar outras culturas, em um mercado altamente rentável.
As pesquisas sobre a criação de abelhas sem ferrão foram destaque na 20ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação - Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), que se encerrou no dia 3 de maio. No evento, produtores tiveram mais informações sobre os benefícios da criação desse tipo de apicultura.
A tendência, segundo a pesquisadora Kátia Braga, da Embrapa Meio Ambiente, é de que o mel da abelha sem ferrão se valorize ainda mais. “À medida que as pessoas tomam mais conhecimento desse mel, a demanda aumenta. Com isso, o preço também vai aumentando”, explica Kátia, ressaltando, no entanto, que o mel é vendido em quantidades menores.
Um dos benefícios para o apicultor é que os custos são menores. Como o produtor não precisa se preocupar com ferrão, ele não tem que usar fumigador ou vestimenta apícola. Assim, sem perigo, o meliponário, onde se instalam as colônias, pode se situar próximo a moradia de outros animais.
Empecilhos
Entre as dificuldades, está a falta de conhecimento dos apicultores em relação à obtenção e ao manejo dos ninhos desse tipo de abelha. “A questão é um pouco complicada, porque essas abelhas muitas vezes fazem ninhos em troncos de árvores. Há uma legislação que regula. É bom lembrar que as abelhas precisam das flores, o alimento para elas produzirem o mel. Os produtores levam tempo para aprender o processo de remoção desse ninho”, resume Kátia. Segundo ela, os produtores também devem evitar a fermentação do mel.
Possibilidade
De acordo com a pesquisadora, essas abelhas podem ser manejadas para polinização de culturas agrícolas. Elas seriam instaladas na área de produção de culturas como tomate, morango e beringela. ”É um outro potencial que é indicado como resultado da pesquisa”, revela. Assim, os criadores poderiam alugar suas colônias para a polinização dirigida em diversos cultivos e culturas, em um mercado que gera milhões de dólares no mundo. Para que isso se torne possível, contudo, ainda serão necessários mais testes.
A abelha
Nativa do Brasil, a abelha sem ferrão apresenta um ferrão atrofiado, que não é utilizado para defesa. Ela se adapta a qualquer região do país. Seu ninho pode gerar de 500 a 80 mil filhotes.
O comércio bem sucedido desse tipo de abelha já ocorre no Rio Grande do Sul e no Paraná. Também é criada no estado de São Paulo, no Nordeste do país e na Amazônia. Somente no Pará, são mais de 70 espécies nativas de abelhas sem ferrão e 130 em toda a Amazônia.
A mais popular é chamada de Jataí. Os ninhos dessa espécie são os que se adaptam mais facilmente a diversos locais. No Rio Grande do Sul, um enxame de Jataí pode ser comprado por R$ 185 no mercado livre.
Em todo o Brasil, são mais de cinco mil espécies nativas de abelhas. Das sem ferrão, há mais de 250 espécies. Segundo especialistas, esse tipo de abelha contribui para manter a biodiversidade da floresta amazônica. O papel das espécies nativas é contribuir com a reprodução da flora.
Fonte:
GHX Comunicação
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