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Cidades/Geral
Segunda - 17 de Setembro de 2007 às 08:49
Por: Adilson Rosa

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O consumo de ecstasy em Mato Grosso vem aumentando de forma assustadora. Embora a Polícia não tenha estatísticas sobre o assunto, esse crescimento é comprovado pelas apreensões recentes no estado. Na última delas, realizada pela Polícia Federal, foram 449 comprimidos que chegaram pelos Correios com destino ao bairro Poção. A “pílula do amor” - como são conhecidos os comprimidos de ecstasy - é acessório obrigatório das festas rave que ocorrem com freqüência na capital.

“Não temos como negar que aumentou o consumo (de ecstasy). Basta observar pelas apreensões que são sempre em maior quantidade do que as anteriores. Cada apreensão é maior que a outra”, destacou o delegado executivo da Polícia Federal José Maria Fonseca.

Segundo ele, a maior dificuldade das polícias Federal e Civil em localizar a droga é que ela, na maior parte das vezes, é consumida antes das festas rave que duram a madrugada e o dia todo. Mas como nada é perfeito, os policiais observam o principal efeito colateral da droga, para detectar se os baladeiros estão usando-a ou não - o consumo excessivo de água.

“Quem toma o ecstasy fica com muita sede mesmo. Está sempre com uma garrafinha de água na mão e quer música, muita música, e dança sem parar. E isso, é lógico, chama atenção”, lembrou um freqüentador de festa rave na Capital.

O perfil que os traficantes traçam dos usuários é o mesmo em todo o país. São jovens de classe média que curtem esse tipo de festa e o ecstasy, para muitos, é considerado “básico” - sem a droga, não conseguem curtir a rave.

“É praticamente um perfil único, o que facilita as nossas investigações”, explicou o delegado Newton Braga, da Delegacia do Complexo do Coxipó, que investiga a última apreensão da droga, ocorrida há duas semanas. Na ocasião, dois jovens foram flagrados com comprimidos de ecstasy e adesivos de LSD numa festa rave realizada às margens de uma lagoa.

“Quem vai a uma rave, vai porque sabe que lá tem ecstasy e LSD. São pessoas que usam e têm a certeza de que encontrarão a droga. A venda é livre, compra quem quiser. Tem que pedir com o nome de bala, como são conhecidos os comprimidos”, revelou um jovem de classe média que freqüenta esse tipo de festa.

Um levantamento feito pela Gerência de Inteligência (GIP) da Polícia Civil aponta que, em média, são comercializadas cerca de 100 “balas” por festa. Elas chegam do Paraguai, via Mato Grosso do Sul. E o preço varia de R$ 40 no início, podendo chegar até R$ 100.

A Polícia Federal (PF) acredita, no entanto, que a pílula do amor não venha do exterior. Elas seriam fabricadas no interior de São Paulo e distribuídas para todo o país.





Fonte: Diário de Cuiabá

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