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Cacciola vivia em hotel e construía casas em Roma, diz advogado
O ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, preso neste sábado (15) no Principado de Mônaco, vivia em Roma, num hotel em frente ao Coliseu, um dos principais pontos turísticos da capital italiana. A informação é do advogado de Cacciola, Carlos Ely Eluf, que está em São Paulo.
Fortyseven, o hotel de quatro estrelas de propriedade do ex-banqueiro, fica localizado na Via Petroselli, 47, e é administrado pelo filho Fabrizzio, 35 anos. Além da renda com o hotel, Cacciola atuava no ramo de construção civil. Segundo o advogado, ele construía casas na região de Roma.
Há sete anos foragido da Justiça brasileira, Cacciola é acusado de crime contra o sistema financeiro no episódio da maxidesvalorização do real frente ao dólar em 1999.
Ação da defesa
Ely Eluf afirmou que dois advogados que representam o ex-banqueiro saíram da Itália em direção a Mônaco, onde está preso.
O advogado brasileiro disse que pretende entrar em diversas instâncias jurídicas com um pedido para Cacciola responder ao processo em liberdade, após as autoridades monegascas decidirem sobre o pedido de extradição que ainda não foi formulado pelo governo brasileiro.
Mônaco
Eluf não soube dizer precisamente o que Cacciola foi fazer em Mônaco, disse apenas que da Itália para o Principado “é como atravessar uma rua”.
Segundo uma fonte do Ministério da Justiça, Cacciola foi preso quando entrava no Principado. Ao apresentar os documentos na imigração, foi constatado pelos funcionários daquele país que havia um alerta de difusão vermelha, emitido pela Polícia Federal, contra o ex-banqueiro.
Eles entraram em contato com a Interpol no Brasil, ligada à Polícia Federal, informando o fato, de acordo com essa fonte. Então, o governo brasileiro emitiu o “pedido de prisão preventiva” a fim de extradição e ele foi preso.
Segundo um diplomata na embaixada brasileira em Paris, o Ministério das Relações Exteriores alertou a chancelaria que a prisão era iminente às 7h30 da manhã deste sábado, no horário da capital francesa.
Todas as tratativas para a extradição serão chefiadas pela missão brasileira em Paris. Os documentos a ser apresentados são: o original ou a cópia autêntica da sentença de condenação, ou do mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira contra Cacciola.
O governo precisa encaminhar também uma exposição dos fatos pelos quais a extradição foi solicitada. Nesse documento é preciso explicitar, entre outras coisas, a duração da pena a ser cumprida e as referências às disposições legais aplicáveis, inclusive relativas à prescrição do crime.
Em 2005, Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão por desvio de dinheiro e gestão fraudulenta. O escândalo do banco Marka ocorreu em 1999.
O ex-dono do Banco Marka foi envolvido em um escândalo em janeiro de 1999, quando o real sofreu uma maxidesvalorização em relação ao dólar: o Banco Central elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 a R$ 1,32.
Com muitas dívidas assumidas em dólar, Cacciola teria pedido ajuda ao então presidente do BC, Francisco Lopes, que vendeu dólares por um preço mais barato do que o do mercado. A operação resultou num prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
Na época do episódio, Francisco Lopes alegou que o dinheiro foi emprestado ao Marka e ao FonteCindam para evitar uma crise que abalaria todo o sistema financeiro nacional.
Em outubro de 2001, a Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico e a indisponibilidade de bens de alguns dos envolvidos no caso: Salvatore Cacciola, Francisco Lopes, ex-diretores de BC Cláudio Mauch e Demósthenes Madureira de Pinho Neto e da a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi. Na mesma ocasião, Teresa foi afastada do cargo.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Francisco Lopes a dez anos de prisão por peculato - crime em que um funcionário público use o cargo para apropriar-se de dinheiro ou beneficiar outros ilegalmente.
Na mesma sentença, foram condenados a ex-diretora do BC, Tereza Grossi a seis anos - e Cacciola. O ex-banqueiro é dado como foragido desde 2000.
Fortyseven, o hotel de quatro estrelas de propriedade do ex-banqueiro, fica localizado na Via Petroselli, 47, e é administrado pelo filho Fabrizzio, 35 anos. Além da renda com o hotel, Cacciola atuava no ramo de construção civil. Segundo o advogado, ele construía casas na região de Roma.
Há sete anos foragido da Justiça brasileira, Cacciola é acusado de crime contra o sistema financeiro no episódio da maxidesvalorização do real frente ao dólar em 1999.
Ação da defesa
Ely Eluf afirmou que dois advogados que representam o ex-banqueiro saíram da Itália em direção a Mônaco, onde está preso.
O advogado brasileiro disse que pretende entrar em diversas instâncias jurídicas com um pedido para Cacciola responder ao processo em liberdade, após as autoridades monegascas decidirem sobre o pedido de extradição que ainda não foi formulado pelo governo brasileiro.
Mônaco
Eluf não soube dizer precisamente o que Cacciola foi fazer em Mônaco, disse apenas que da Itália para o Principado “é como atravessar uma rua”.
Segundo uma fonte do Ministério da Justiça, Cacciola foi preso quando entrava no Principado. Ao apresentar os documentos na imigração, foi constatado pelos funcionários daquele país que havia um alerta de difusão vermelha, emitido pela Polícia Federal, contra o ex-banqueiro.
Eles entraram em contato com a Interpol no Brasil, ligada à Polícia Federal, informando o fato, de acordo com essa fonte. Então, o governo brasileiro emitiu o “pedido de prisão preventiva” a fim de extradição e ele foi preso.
Segundo um diplomata na embaixada brasileira em Paris, o Ministério das Relações Exteriores alertou a chancelaria que a prisão era iminente às 7h30 da manhã deste sábado, no horário da capital francesa.
Todas as tratativas para a extradição serão chefiadas pela missão brasileira em Paris. Os documentos a ser apresentados são: o original ou a cópia autêntica da sentença de condenação, ou do mandado de prisão expedido pela Justiça brasileira contra Cacciola.
O governo precisa encaminhar também uma exposição dos fatos pelos quais a extradição foi solicitada. Nesse documento é preciso explicitar, entre outras coisas, a duração da pena a ser cumprida e as referências às disposições legais aplicáveis, inclusive relativas à prescrição do crime.
Em 2005, Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão por desvio de dinheiro e gestão fraudulenta. O escândalo do banco Marka ocorreu em 1999.
O ex-dono do Banco Marka foi envolvido em um escândalo em janeiro de 1999, quando o real sofreu uma maxidesvalorização em relação ao dólar: o Banco Central elevou o teto da cotação do dólar de R$ 1,22 a R$ 1,32.
Com muitas dívidas assumidas em dólar, Cacciola teria pedido ajuda ao então presidente do BC, Francisco Lopes, que vendeu dólares por um preço mais barato do que o do mercado. A operação resultou num prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
Na época do episódio, Francisco Lopes alegou que o dinheiro foi emprestado ao Marka e ao FonteCindam para evitar uma crise que abalaria todo o sistema financeiro nacional.
Em outubro de 2001, a Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico e a indisponibilidade de bens de alguns dos envolvidos no caso: Salvatore Cacciola, Francisco Lopes, ex-diretores de BC Cláudio Mauch e Demósthenes Madureira de Pinho Neto e da a diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi. Na mesma ocasião, Teresa foi afastada do cargo.
Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Francisco Lopes a dez anos de prisão por peculato - crime em que um funcionário público use o cargo para apropriar-se de dinheiro ou beneficiar outros ilegalmente.
Na mesma sentença, foram condenados a ex-diretora do BC, Tereza Grossi a seis anos - e Cacciola. O ex-banqueiro é dado como foragido desde 2000.
Fonte:
G1
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/206985/visualizar/
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