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Internacional
Sábado - 15 de Setembro de 2007 às 06:36

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Tóquio, 15 set (EFE).- Só dois veteranos políticos disputarão o cargo de primeiro-ministro do Japão: Yasuo Fukuda, o franco favorito, que contar com o apoio do aparelho do Partido Liberal-Democrata (PLD), e Taro Aso.

Fukuda, de 71 anos e filho de primeiro-ministro, e Aso, de 66 e neto de outro chefe de Governo, registraram hoje oficialmente suas candidaturas nas eleições internas do PLD, marcadas para o dia 23. O vencedor será, além de presidente do partido, o futuro chefe do Governo japonês.

A não ser que haja uma grande surpresa, Yasuo Fukuda, que foi porta-voz do ex-primeiro-ministro Junichiro Koizumi, está praticamente eleito. Ele conta com o apoio de oito das nove facções do partido hegemônico no Japão. Só uma, de apenas 16 membros, está a favor de Aso.

A imprensa japonesa já trata Fukuda como futuro primeiro-ministro. Ele terá um discurso menos nacionalista que o do chefe de Governo demissionário, Shinzo Abe, a julgar pelas suas declarações de hoje.

Conhecido por sua proximidade com a China, o candidato favorito deixou claro que não visitará o templo Yasukuni, símbolo do nacionalismo japonês por honrar notórios criminosos de guerra. Ele também defendeu "alguma forma" de levar à frente as negociações com a Coréia do Norte.

Abe, que na quarta-feira anunciou a sua renúncia, assustou durante seu curto mandato os países vizinhos do Japão. Ele revelou planos de promover o patriotismo nas escolas e emendar a Constituição pacifista, que limita o uso da força militar.

Fukuda pediu hoje um estudo "cauteloso" sobre a necessidade de revisar a interpretação constitucional sobre o direito do Japão à autodefesa coletiva.

Pouco depois de apresentarem formalmente suas candidaturas, os dois políticos participaram de uma entrevista coletiva conjunta. Eles deixaram claros seus pontos de acordo, mas também suas divergências.

Fukuda e Aso concordaram na necessidade de o Japão continuar prestando apoio logístico aos Estados Unidos no Afeganistão. A tese é rejeitada pelo Partido Democrático (PD), o maior da oposição, que ameaça bloquear a prorrogação da missão militar quando a proposta for ao Senado, onde tem maioria.

A lei antiterrorista, que permite a missão naval japonesa, está em vigor até o dia 1 de novembro. A incapacidade de desbloquear o veto da oposição foi uma das razões alegadas nesta quarta-feira por Abe para anunciar sua renúncia.

A candidatura de Yasuo Fukuda é "um retorno à velha política do PLD", segundo seu rival Aso, mais próximo às posições de "falcão" de Shinzo Abe na política externa.

Mais velho, Fukuda circula com facilidade nos círculos burocráticos. Ele pertence à facção majoritária do PLD, a Machimura, formada por 80 membros, entre eles o ex-primeiro-ministro Yoshiro Mori.

O próximo presidente do PLD, e portanto primeiro-ministro do Japão, será eleito por 387 parlamentares e 141 delegados regionais do partido, em nome de quase 1,2 milhão de militantes. Segundo os cálculos da imprensa japonesa, Fukuda teria 302 votos, quando precisa de 265 para obter a maioria.

De qualquer forma, não terá um caminho fácil pela frente. O PLD vive uma das piores crises de sua história, após a sua derrota nas eleições para o Senado, em julho. O resultado parece ter aberto a porta para o bipartidarismo no Japão.

O PD já avisou que, assim que o novo chefe de Governo for confirmado no cargo pela Câmara, pedirá a dissolução da Dieta (Parlamento) e a convocação de eleições gerais. Yukio Hatoyama, secretário-geral do partido, disse que "seja quem for o futuro primeiro-ministro japonês, não vai refletir a vontade do povo".

Shinzo Abe também foi eleito pelo Parlamento, e não pelas urnas, em 26 de setembro de 2006, após a saída de seu carismático antecessor, Junichiro Koizumi.




Fonte: EFE

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