Comissão não consegue identificar assassinos de deputados na Colômbia

WASHINGTON, 14 Set 2007 (AFP) - A Comissão Internacional Forense coordenada pela OEA para investigar a morte dos 11 deputados colombianos reféns da guerrilha das Farc não conseguiu identificar os responsáveis pelos assassinatos, segundo um relatório apresentado nesta sexta-feira.

"Determinar quem é responsável com base na informação que temos agora é especulação", disse o chefe da comissão, o médico James Young, numa sessão especial do Conselho Permanente da OEA em Washington.

"Não estamos fazendo comentários sobre quem foi ou quais foram os assassinos ou sobre sua culpabilidade", insistiu o médico.

A comissão forense coordenada pela OEA a pedido do governo do presidente colombiano, Alvaro Uribe, tinha a missão de tentar estabelecer as circunstâncias da morte dos reféns.

'Todas as mortes foram resultado de múltiplos disparos a bala. Na maioria dos casos, elas vêm de diferentes direções", ressaltou Young. "Em nove dos casos, os disparos fatais foram no peito ou no abdôme. Em dois casos, na cabeça", detalhou.

Young revelou que há evidências de disparos "de curta distância", apesar de não ter sido possível concluir que se trata de execução. Ainda assim, afirmou que foram encontrados "diferentes tipos de balas e fragmentos de balas".

"Há limites nas conclusões que podem ser tiradas" com base na informação disponível, disse o médico, enfatizando que a comissão não teve acesso ao lugar onde aconteceram os fatos, nem às armas e nem a testemunhas.

Os 11 ex-deputados da assembléia do departamento del Valle integravam um grupo de 56 reféns que as Farc propuseram trocar por 500 rebeldes presos.

A guerrilha garantiu que os legisladores provinciais, seqüestrados em abril de 2002, morreram em 18 de junho passado no fogo cruzado com um grupo militar que atacou um de seus acampamentos.

O presidente Uribe não aceita esta versão e garante que os ex-deputados foram assassinados pelos guerrilheiros.