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Sexta - 14 de Setembro de 2007 às 18:28

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O corpo do ator Pedro de Lara, morto nesta quinta-feira (13), aos 82 anos, vítima de um câncer de próstata, foi enterrado na tarde desta sexta-feira (14) com lírios sobre o caixão, aplausos e a música que leva seu nome no programa televisivo que participava. A sepultura do ex-jurado do 'Show de Calouros' fica ao lado de outra personalidade irreverente: o sambista Bezerra da Silva, morto em janeiro de 2005.

De acordo com a segurança da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, onde Lara foi velado desde a tarde desta quinta, cerca de 2 mil pessoas passaram pelo local para se despedir.

Ex-colegas lamentam a perda do comediante

Cerca de 50 pessoas acompanharam o cortejo fúnebre no Cemitério do Caju, Zona Portuária do Rio, entre elas, a mulher Mag de Lara, o radialista Jair de Oliveira, o sósia do ator, conhecido como Pedrinho de Lara, e Elke Maravilha. "Ele falava 'os fortes enfrentam a morte, os fracos fogem dela'. Este não é um momento de tristeza, mas de alegria. Pedro de Lara soube viver a vida. Ele só fez coisas boas. Agora lá no céu ele deve estar fazendo um show com Chacrinha e o palhaço Carequinha. Ele era energia pura", declarou Elke.

A mulher, a terceira de Pedro, Mag de Lara, contou que estava feliz por seu grande amor ter morrido em seus braços. "Ele era uma grande personalidade. Um homem maravilhoso e que sempre deu muita alegria. Morreu dentro do carro a caminho do hospital abraçado comigo. Fechou os olhinhos no meu colo", disse, emocionada.

"Agradeço por ele estar indo na hora certa", disse Reinaldo Ferreira dos Santos, 58, filho mais velho de Lara, que diz se sentir honrado com a herança que o pai teria deixado aos brasileiros. "Ele era um ser político, mas desviou a energia para fazer as pessoas rirem. Dentro dele tinha um homem sério".

Auto-denominado herdeiro do humor de Lara, Pedrinho de Lara Junior, passou a manhã desta sexta-feira no velório do padrinho. "Eu entrei na vida dele para ser o herdeiro do humor dele. O legado do Pedro de Lara só vai acabar quando eu morrer", afirmou.

Pedrinho, que há anos era bem próximo do humorista, afirmou que Lara se recusou a fazer tratamento para tentar se curar do câncer de próstata. "Desde que soube da doença ele se desligou do mundo e resolveu esperar o chamado. Ele nunca fez tratamento algum, só tomava remédios para amenizar a dor".

A filha Larissa de Lara, fruto do seu segundo casamento com Lidunia Paula de Oliveira, explicou que seu pai preferiu não divulgar que estava doente por não gostar de notícia triste. "Como ele era uma pessoa muito positiva, ele não quis que o povo brasileiro soubesse que ele estava doente porque era uma coisa negativa. Ele é sinônimo de alegria, né?"

Últimos dias

Pedro de Lara morava com a esposa, Mag de Lara, em São Paulo, onde tinha um escritório, mas viajava bastante ao Rio de Janeiro. Na sua última visita para o Dia das Mães, comemorado na casa de sua sogra, ele acabou não retornando a São Paulo.

"Foi melhor para ele e para todos nós que ele ficasse aqui. A gente ia para lá sempre visitar. Mas ele já chegou ao Rio bem mal. Ainda estava andando, mas com dificuldade. Ficamos cuidando todos dele, nos revezamos. Dormi lá ontem. Ele morreu cercado por pessoas que o amavam", contou o cunhado Thadeu Gomes.

Gomes contou, ainda, que Pedro de Lara pediu para ficar no Rio de Janeiro, pois queria ficar com a família, e que sua irmã está inconsolável.

Jurado mal-humorado

Nascido Pedro Ferreira dos Santos, na cidade pernambucana de Bom Conselho, Pedro de Lara começou a carreira artística na década de 1960 na Rádio Rio de Janeiro. Em 1964, foi chamado para ser jurado do programa do Chacrinha, na TV Tupi, onde conheceu Silvio Santos, que o levaria para o SBT anos mais tarde.

Como jurado de auditório, Lara era conhecido por sua postura conservadora e moralista. "Nunca aceitei que ninguém cantasse sem sutiã, nem com minissaia, que se tornou coqueluche anos atrás. Sempre tomei medidas enérgicas contra isso, até ameaçando me retirar quando o candidato era muito acintoso", declarou em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo" em dezembro de 1999.





Fonte: G1

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