Bush confirma saída de tropas mas defende presença no Iraque além de seu mandato

WASHINGTON, 13 Set 2007 (AFP) - O presidente George W. Bush vai confirmar nesta quinta-feira uma redução do contingente americano no Iraque, mas defenderá um compromisso militar, político e econômico "durável" de Washington com Bagdá, que se estenda por um período superior ao final de seu mandato presidencial, em janeiro de 2009.

Bush afirmará que, graças aos progressos conseguidos no Iraque no setor da segurança, "poderemos começar a ver nossos soldados voltarem para casa", segundo extratos do pronunciamento que fará logo mais às 21H00, hora local (22H00 Brasília).

O presidente revelará que decidiu seguir as recomendações do comandante das forças da coalizão no Iraque, general David Petraeus, para uma redução limitada das tropas americanas até julho de 2008.

No início da semana, o general Petraeus apresentou ao Congresso seu plano para iniciar em dezembro a retirada dos 30 mil soldados suplementares enviados ao Iraque em 1º de fevereiro, que se somaram ao efetivo de 138 mil militares dos EUA no território iraquiano.

Os dirigentes iraquianos mostram-se favoráveis a isso mas, "aos mesmo tempo, estão conscientes de que precisam de um compromisso político, econômico e de segurança dos Estados Unidos que se estenda além de meu período presidencial", dirá o presidente à Nação, segundo trechos do discurso divulgados com antecedência pela Casa Branca.

Eles "solicitaram uma relação durável com a América e estamos prestes a começar a construir esta relação, de maneira tal que proteja nossos interesses na região e necessite um número bem menor de soldados".

No mesmo discurso, Bush vai afirmar que o governo iraquiano de Nuri al-Maliki precisa comprovar a "determinação" em obter a reconciliação nacional e o progresso político no país; pelo que pedirá ao governo de Bagdá dar mostras desta resolução, para harmonizar as diferentes etnias, assim como conseguir progressos políticos.

"O governo iraquiano não alcançou seus próprios objetivos legislativos e, em minhas reuniões com seus dirigentes deixei claro que deve" consegui-lo, afirmará o presidente.

Bush também se dirigirá ao Congresso, destacando que independentemente da posição dos legisladores sobre o Iraque, "deveríamos ser capazes de chegar a um acordo sobre o interesse vital para os Estados Unidos de evitar o caos e difundir a esperança no Oriente Médio".

"Peço que se unam a mim para apoiar as recomendações do general Petraeus e o nível de tropas que solicitou", dirá Bush aos membros do Congresso.

O presidente sustentará ainda que ocorreram progressos no Iraque, onde já morreram quase 3.800 soldados americanos e milhares de iraquianos desde o início da guerra, há três anos e meio.

"O fundamento da nossa estratégia é oferecer segurança aos iraquianos para servir de base a qualquer outro progresso", dirá Bush para explicar os reforços enviados no início do ano.