Álcool e açúcar mudam estrutura de emprego industrial
Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que no acumulado do ano até agosto, o setor criou 100.480 postos de trabalho, de um total de 157 mil gerados pela indústria paulista.
Cavalcanti, do Ciesp, estima que 85% dos empregos gerados pelo setor sucroalcooleiro neste ano são de baixa qualidade, ou seja, cortadores de cana que tendem a perder o emprego no fim do ano. Os outros 15% seriam de pessoal mais qualificado, de manutenção de equipamentos das usinas e de engenheiros. "O quanto da alta que ele mesmo criou será queimada com o fim da safra é a grande incógnita", disse o economista.
Segundo a pesquisa mensal do Ciesp, a alta do emprego acumulada até agosto é de 5,10% sobre o total de dezembro de 2006. A expectativa é de que esse número caia no fim do ano, mas não se consegue prever o tamanho do recuo.
Sustentação
É verdade que o setor sucroalcooleiro tem perdido a força empregadora desde julho, mas no acumulado do ano, ainda sustenta os indicadores. Um levantamento apresentado pela Fiesp, por exemplo, mostra que no primeiro semestre, o setor sucroalcooleiro era responsável por 85% dos empregos industriais de São Paulo. Em agosto, essa contribuição caiu para 64%. "O fato é que ainda não estamos vendo o tamanho das demissões potenciais desse setor", disse o economista.
Já há pelo menos duas conclusões possíveis: além da melhora no nível de emprego industrial no interior de São Paulo, o desempenho do setor sucroalcooleiro surte efeito positivo em outras áreas da economia, como máquinas e equipamentos, para as usinas, material de transportes e alimentos, esse último por conta de melhora na renda em razão da ocupação.
Esse cenário explica, em parte, a melhora do emprego na Grande São Paulo, apurada pelo Ciesp em agosto: alta de 0,25% ante julho e 1,09% no acumulado do ano. No interior do Estado, a alta na margem foi de 0,48%, enquanto no acumulado do ano estava em 8,17%, puxada pelo setor de açúcar e álcool.
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