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Internacional
Quarta - 12 de Setembro de 2007 às 20:17

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Assunção, 12 set (EFE).- O Governo do Paraguai declarou hoje estado de emergência nacional por causa dos incêndios florestais no nordeste do país, que já atingiram 500 mil hectares em três semanas, e anunciou a contratação de um avião cisterna da Rússia.

A medida, anunciada pelo presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, após um ato realizado em uma unidade militar de Assunção, permite que o Governo empregue recursos extraordinários e peça ajuda a países ou organismos internacionais.

Além disso, Duarte anunciou a jornalistas a contratação de um avião cisterna russo de grande capacidade, por US$ 1 milhão, para que se junte durante uma semana aos três hidraviões cedidos pelo Brasil, que já tentam apagar os incêndios.

A declaração ocorreu no mesmo dia em que a Secretaria de Emergência Nacional (SEN) anunciou o envio de cerca de mil policiais e militares à região mais atingida pelas chamas, o departamento de San Pedro (centro).

O envio desse novo contingente, que vai se juntar aos bombeiros que já estão nas áreas afetadas, foi ordenado pelo presidente na terça-feira à noite, durante uma reunião com ministros. No encontro, as autoridades avaliaram o impacto dos incêndios, o maior registrado no país em décadas.

Duarte já havia solicitado ajuda aos presidentes Néstor Kirchner (Argentina), Michelle Bachelet (Chile) e Hugo Chávez (Venezuela).

Até agora, o Governo tinha declarado estado de emergência em San Pedro e nas províncias de Concepción (nordeste) e Presidente Hayes (oeste). Nesta última localidade, as chamas foram motivadas pela seca, que já dura mais de três meses.

Também há focos de incêndio em uma reserva florestal do departamento de Guairá (centro-sul).

"Necessitamos de pelo menos vinte aviões (cisternas) e meu temor é de que as chamas cheguem aos assentamentos", disse hoje o presidente da Associação Rural do Paraguai, Alberto Soljancic.

O empresário criticou duramente o Governo. Segundo ele, se os governantes tivessem reagido a tempo, o incêndio não teria causado tantos danos ecológicos e econômicos, nem devastado florestas, plantações e dezenas de casas rurais.

Segundo declarações à agência Efe do chefe de Operação da SEN, Aldo Saldívar, calcula-se que haja 400 mil hectares afetados em San Pedro e 100 mil em Concepción, incluindo danos a florestas, plantações e grandes extensões de criação de gado.

O fogo se propagou estes dias à reserva de Mbaracayú, no departamento de Canindeyú, na fronteira com o Brasil.

O parque, de 64 mil hectares, é um dos remanescentes da Mata Atlântica do Alto Paraná - que compreende reservas naturais no sul do Brasil e no norte da Argentina. O local só pode ser alcançado por via aérea.

Saldívar afirmou que o fogo deixou cinco mil desabrigados em San Pedro e aproximadamente 2,5 mil em Concepción, além de uma densa fumaça que já começou a causar problemas respiratórios e na vista dos habitantes.

Vários promotores se dirigiram aos locais de incêndio para investigar as denúncias de que alguns focos teriam sido provocados por proprietários das fazendas para melhorar o rendimento dos solos.

As leis ambientais estabelecem penas que podem variar entre três e oito anos de prisão pela "queima de florestas ou formações vegetais que danifiquem o ecossistema", afirmou o promotor Ricardo Merlo, que declarou que o incêndio intencional se enquadra na categoria de "crime ambiental".

O incêndio nas fazendas de gado da região do Chaco (oeste) e de localidades que cercam a capital do país levantou uma densa nuvem de fumaça que na segunda-feira forçou o fechamento do Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi por alguns instantes.





Fonte: EFE

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