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Cidades/Geral
Quarta - 12 de Setembro de 2007 às 18:49

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O sistema de distribuição de energia elétrica para a região da Baixada Cuiabana ficou mais vulnerável desde a paralisação da Usina Termelétrica de Cuiabá, em função da suspensão do fornecimento de gás pela estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

Embora Mato Grosso faça parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e, portanto, tenha acesso à energia gerada fora do estado, a região da Baixada Cuiabana enfrenta uma limitação quanto à transmissão dessa energia. A capacidade máxima de transformação da Subestação do Coxipó - que pertence à Eletronorte - somada à produção das hidrelétricas e usinas térmicas que abastecem a região não oferece margem de segurança suficiente para manter o abastecimento completo em caso de incidentes.

“Quando contamos com a produção mínima da Usina Termelétrica de Cuiabá, que é de 135 MW, temos a tranqüilidade de poder liberar uma pequena hidrelétrica para manutenção, por exemplo. Ou, quando começam as chuvas e as descargas atmosféricas, temos cobertura para eventuais reparos nas redes. Sem essa geração, o sistema de distribuição fica mais frágil”, explica o vice-presidente de Operações da Cemat, Arlindo Napolitano.

Ele deixa claro que o objetivo da empresa não é alarmar desnecessariamente a população. Porém, destaca a importância de que todos estejam cientes dessa fragilização do sistema. Embora a Cemat atue na distribuição e, portanto, não possa intervir nas questões de geração e de transmissão, a empresa vem trabalhando a cada minuto, com atenção redobrada, para garantir o fornecimento de energia à região de Cuiabá. “Estamos em contato constante com o Operador Nacional do Sistema (ONS) e seguindo as instruções repassadas, fazendo operações delicadas todos os dias em prol da estabilidade no fornecimento. A subestação da Eletronorte também está trabalhando no limite, para garantir o máximo possível de energia para a capital”, explica Arlindo.

Algumas variáveis precisam ser consideradas neste momento. Uma delas é a energia consumida em todo o estado nos horários de pico (13h às 20h), que aumentou 8% em relação ao ano passado: em setembro de 2006, chegava a 814 MW e, um ano depois, já são 880 MW. Mais da metade dessa carga se concentra na Baixada Cuiabana, região mais impactada pela paralisação da termelétrica.

Outra variável importante é a aproximação das chuvas. É natural que, no início do período chuvoso, ocorram fortes vendavais e descargas atmosféricas, que podem comprometer a estabilidade do sistema de distribuição de energia. “Por isso, é muito importante que o fornecimento de gás seja restabelecido e que a termelétrica volte a gerar energia antes do inicio do período chuvoso”, enfatiza Arlindo.

Além das medidas de monitoramento e ajustes diários, ele informa que medidas de médio prazo também já estão sendo tomadas, de modo a evitar que a capital passe novamente por esse problema. A principal delas foi a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que a Eletronorte instale um novo transformador de 100 MVA na Subestação do Coxipó. “Esse novo transformador irá aumentar a capacidade da subestação, que poderá suprir quase o equivalente à produção mínima da termelétrica”, explica.

Interrupção no fornecimento - Durante a manhã desta quarta-feira (12), houve uma interrupção de quatro minutos no fornecimento de energia em parte do município de Cuiabá, além de Acorizal, do distrito de Nossa Senhora da Guia e regiões rurais.

A Cemat informou que a interrupção foi causada por defeito em um transformador na Subestação da Eletronorte no Coxipó. O incidente no transformador não teve nenhuma relação com a paralisação na termelétrica. Porém, o fornecimento de energia não teria sido interrompido se a usina estivesse funcionando, justamente por que o sistema, em condições normais, oferece margem para que pequenas ocorrências sejam contornadas sem que a população sequer perceba.




Fonte: O Documento

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