Subornos movimentam US$ 1 trilhão por ano, diz estudo
A democracia ao redor do mundo está sob ameaça devido ao número crescente de subornos, estimados em US$ 1 trilhão por ano, segundo um estudo do Projeto do Milênio, coordenado pela organização não-governamental internacional World Federation of UN Associations.
O relatório "Estado do Futuro" - que faz uma avaliação da situação mundial e das tendências para o futuro em diversos temas, como saúde, política, segurança e meio ambiente - diz que, ao contrário do que se pode imaginar, apenas uma minoria das propinas é paga em países em desenvolvimento.
"A grande maioria dos subornos acontece em países ricos" em que a tomada de decisões está "mais vulnerável a vastas quantidades de dinheiro", diz a pesquisa.
Os autores enfatizam que o crime organizado é outra ameaça global que movimenta US$ 2 trilhões por ano, superando dos orçamentos militares de todos os países do mundo combinados.
O estudo alerta ainda para o fato de que os 15 milhões de órfãos da Aids constituem uma enorme base de recrutamento para os criminosos.
O Projeto do Milênio, responsável pelo documento, conta com 2,5 mil analistas, acadêmicos, cientistas e políticos de mais de 50 países trabalhando para estudar as mudanças no mundo e as perspectivas para a humanidade.
Escravidão
Segundo os dados compilados pelo "Estado do Futuro", há mais escravos hoje em dia que no auge no período do comércio de escravos vindos da África.
As estimativas variam entre 12,3 e 27 milhões de pessoas trabalhando em condição de escravidão atualmente, a maioria delas, mulheres asiáticas.
O relatório também chama atenção para a violência sofrida pelas mulheres, revelando que uma em cada cinco será vítima de estupro ou de uma tentativa de estupro durante a vida.
"A violência de homens contra mulheres continua a causar mais mortes que as guerras hoje em dia", diz o documento.
O balanço geral feito pelo estudo revela que o mundo está se tornando um lugar mais saudável, rico e pacífico, mas ao mesmo tempo mais corrupto, quente e perigoso, e alerta que as desigualdades continuam grandes demais.
Segundo os dados do documento, enquanto a economia mundial cresceu 5,4% em 2006, as 225 pessoas mais ricas do mundo têm a mesma quantidade de dinheiro que os 2,7 milhões de pessoas mais pobres, o que representa 40% da população mundial.
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