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Internacional
Segunda - 10 de Setembro de 2007 às 22:00

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Washington, 10 set (EFE).- O Governo dos Estados Unidos lançou hoje uma ofensiva política para que o Congresso, sob domínio democrata, aprove os tratados de livre comércio com Peru, Panamá e Colômbia como contrapeso a forças contrárias a Washington na América Latina.

Os secretários de Comércio, Carlos Gutiérrez, e de Agricultura, Mike Johanns, e a representante de Comércio Exterior dos EUA, Susan Schwab, uniram esforços para convencer os que têm opinião contrária de que a prosperidade e a segurança da região dependem da ratificação destes pactos bilaterais.

Gutiérrez disse que os tratados contribuirão para o aumento das exportações americanas, enquanto Schwab afirmou que os congressistas devem escolher entre a abertura de mercados ou a penalização das exportações nacionais.

"Um voto contra qualquer um destes tratados não criará nenhum emprego" e também não fortalecerá o desenvolvimento econômico e a estabilidade nestes países, declarou Schwab.

Segundo os funcionários, um acordo similar entre EUA e Coréia do Sul ainda está pendente.

Johanns afirmou que o setor agrícola da economia americana foi beneficiado pelos acordos comerciais que Washington realizou no exterior e que a aprovação dos tratados no Legislativo só trará mais lucro.

"Para cada mercado que não quiser entrar nos EUA há muitos outros (países) fazendo fila e que desejam este mercado", declarou.

Os funcionários compareceram a uma reunião convocada pelo senador republicano Charles Grassley, na véspera da primeira audiência do Comitê de Finanças do Senado sobre o tratado de livre comércio com o Peru, que também servirá para medir o apoio político à agenda comercial dos EUA.

A reunião - na qual não havia nenhum democrata - faz parte do lobby do Executivo a favor dos tratados comerciais, que inclui discursos e uma viagem de 14 parlamentares liderada por Gutiérrez a Panamá, Peru e Colômbia, entre os dias 12 e 15 deste mês.

Grassley, cujo lobby foi determinante para a ratificação do tratado de livre comércio com a América Central e a República Dominicana (CAFTA-DR, na sigla em inglês), disse que a assinatura dos acordos seria um sinal do compromisso dos EUA com a região.

"Alguns Governos da região, como Venezuela, Bolívia e Equador estão consolidando seu poder político expropriando indústrias ou omitindo os direitos dos investidores, enquanto reduzem suas boas relações com nosso país", afirmou Grassley.

Ele acrescentou que os americanos não podem dar as costas para Colômbia, Peru e Panamá, cujos Governos "estão demonstrando um compromisso com a liberalização de mercados e com o fortalecimento de suas relações econômicas e políticas com os EUA".

Como parte da campanha de convencimento, os funcionários anunciaram a criação de um novo site - www.tradeagreements.gov -, que reúne em um mesmo local informações sobre os benefícios dos tratados de livre comércio e seu impacto na economia americana.

Os funcionários, que pedem que o Congresso aprove os acordos até o fim de 2007, chegaram armados com todo tipo de estatísticas e projeções sobre os benefícios do livre comércio.

Por enquanto, este arsenal não comove muitos líderes democratas, que insistem em mais proteções trabalhistas e ambientais.

No dia 10 de maio de 2007, o Governo e o Congresso anunciaram um acordo bipartidário que obriga todo acordo comercial a incluir estas proteções, mas os democratas não dão sinais de terem intenção de ceder.

O tratado de livre comércio com a Colômbia, por exemplo, enfrenta os maiores obstáculos, já que os democratas se mostram insatisfeitos com o progresso de Bogotá com relação aos direitos humanos, ao combate aos paramilitares e à violência contra líderes sindicais.

Com a cabeça nas eleições presidenciais de 2008, os democratas estão numa encruzilhada: por um lado, querem se livrar do rótulo de protecionistas e ter o apoio do setor empresarial, mas, por outro, não querem perder o apoio dos sindicatos.

O processo de audiências, debate e votação do acordo com o Peru será a primeira grande prova de fogo para democratas e republicanos.




Fonte: EFE

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