Cerca de 10% a 15% da população brasileira tem pressão alta
Distúrbio assintomático (raramente as pessoas se queixam de “cabeça vazia” ou tonteira), a importância da hipertensão arterial é subestimada pela maioria da população, embora um contingente que varia de 10% a 15% de brasileiros sofra do mal.
Segundo o cardiologista Ricardo Germano, é muito difícil fazer com o brasileiro invista na sua própria saúde. “Especialmente se ele não sente nada. É cultural mesmo. O ideal é encarar o risco e pensar: ´Tenho realmente a pressão que eu deveria ter?´”, comenta.
Dentro das diretrizes brasileiras de saúde, a pressão arterial considerada normal é de 120 por 80 milímetros de mercúrio, embora cada um reaja de forma diferente.
O especialista sugere que, depois dos 30 anos, as pessoas façam consultas periódicas e verifiquem a pressão arterial freqüentemente. “Há, inclusive, uma polêmica se as farmácias poderão medir a pressão de seus clientes. É preciso ficar atento aos aparelhos, porque muitos sofrem desgaste, perdendo a calibragem, e a pressão acaba sendo medida incorretamente.”
Uma das maiores preocupações dos especialistas, além do sedentarismo e do fumo, é o avanço da idade. “Se você envelhece, naturalmente o risco cardiovascular aumenta”, avisa. No caso das mulheres, a partir dos 45 anos elas perdem a proteção hormonal, o que contribui para o aumento da pressão.
No caso das crianças, o olhar dos pais deve ser dirigido para a obesidade. As complicações são diferentes e uma ida ao pediatra pode evitar quadros graves.
Ricardo Germano lembra ainda que um dos erros recorrentes dos hipertensos é começar a tomar remédio e, depois que apresentam melhora, a seqüência é interrompida. "Hipertensos geralmente usam medicamentos para o resto da vida, desde que sejam constantemente monitorados por seus médicos”, destaca.
Entre os medicamentos com resultado significativo está a olmesartana medoxomila, combinada ou não à hidroclorotiazida. A olmesartana atua bloqueando os receptores de angiotensina II (substância produzida pelo organismo, responsável por aumentar a pressão sangüínea) na musculatura dos vasos sangüíneos. Geralmente, a ação do medicamento se manifesta depois de uma semana do início do tratamento.
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