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Internacional
Domingo - 09 de Setembro de 2007 às 19:02

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LONDRES, 9 Set 2007 (AFP) - O ex-primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, deixou neste domingo o aeroporto londrino de Heathrow com destino a Islamabad, informou um assessor do político, exilado na Grã-Bretanha há um ano.

As autoridades paquistanesas decretaram o estado de alerta em todos os aeroportos do país em função da volta de Sharif.

Mais de 2.000 supostos partidários de Sharif foram presos, informou o partido do ex-premier, a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), afirmando que isso não impedirá seus seguidores de juntar uma multidão para receber triunfalmente o ex-primeiro-ministro no aeroporto.

As autoridades não informaram se pretendem prender Sharif, condenado à prisão perpétua por fraude fiscal e traição depois de ter sido afastado do poder em 1999, mas libertado em 2000 contra a promessa de passar 10 anos no exílio.

Nawaz Sharif afirmou ter sido obrigado a aceitar este acordo, e a Corte Suprema do Paquistão o autorizou em agosto a retornar a seu país.

Ao anunciar seu retorno ao Paquistão, o ex-primeiro-ministro em exílio Nawaz Sharif acirrou os ânimos antes das próximas eleições, numa batalha pelo poder que o opõe a sua adversária dos anos 90 também exilada, Benazir Bhutto, e ao atual presidente Pervez Musharraf.

Derrubado em 1999 e forçado ao exílio por um golpe de Estado sem violência do general Musharraf, Sharif revelou quinta-feira em Londres, onde está exilado, sua intenção de voltar a seu país no dia 10 de setembro.

Seu retorno havia sido autorizado no dia 23 de julho pela Corte Suprema, que considerou ilegal um acordo estabelecido em 2000 com o regime de Musharraf que estipulava que Sharif, acusado de desvio de fundos, podia escolher entre o exílio e a prisão perpétua.

Sharif não tem muito tempo, pois seus dois adversários estão quase concluindo um pacto de divisão dos poderes, segundo o qual Musharraf se manteria na presidência graças ao apoio do influente partido de Bhutto. Em troca, Benazir Bhutto, também perseguida por corrupção, obteria o abandono das acusações e, de quebra, o cargo de primeira-ministra.

O conservador Sharif e a progressista Bhutto dominaram a vida política dos anos 90. Ambos se revezaram no poder e dirigiram governos abalados por escândalos de corrupção.

Porém, o retorno de Sharif pode agora afetar os planos de Bhutto, além da esperança de Musharraf, já muito contestado na rua, de se manter na presidência da República islâmica do Paquistão, um país de 160 milhões de habitantes que possui a arma nuclear.




Fonte: AFP

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