Voluntariado e experiência solidária motivam trabalho social em Rosário Oeste
A busca de uma experiência solidária a partir do trabalho voluntário é a principal motivação da equipe de trabalho da Casa do Saber, um projeto que engloba ações cidadãs no município de Rosário Oeste (128 Km ao Norte de Cuiabá). O coordenador da entidade, coronel PM Pery Taborelli revela que nenhum profissional envolvido nas atividades é remunerado. “São todos voluntários”, assinala.
Ele observa que no início das atividades da Casa do Saber, fundada em 28 de dezembro de 2006, eram poucas pessoas que ajudavam nos afazeres e como monitores dos cursos oferecidos, mas com o tempo e com as pessoas conhecendo de perto a proposta e o trabalho da equipe já aumentou. “Aí vemos como é importante a credibilidade. Hoje, nós temos credibilidade em função de realizarmos um trabalho sério em defesa dos valores cidadãos e da juventude de Rosário Oeste”, lembra Taborelli.
Entre os que doam parte de seu tempo às tarefas na Casa está o professor de Informática Básica Adalberto Reis. Ele também é policial militar e em suas horas vagas ensina informática a jovens e adultos carentes. “Para mim é gratificante poder contribuir para a formação técnica de jovens carentes promovendo a inclusão digital”, enfatiza. A Casa mantém atualmente 11 turmas de alunos, uma delas no período noturno.
Uma de suas alunas, a estudante Marlene Hominiuki, 24 anos, diz que se não fosse a Casa do Saber não teria como aprender a lidar com computador. “Eu não tenho condições de pagar nas escolas particulares aqui de Rosário e, como o curso da Casa é gratuito, estou cursando e gostando muito”, destaca.
Outro aluno é Gilson Alves, de 10 anos. “Eu venho depois da aula e acho as aulas muito legais porque o professor é como um pai pra gente. Eu já aprendi muito, mas quero aprender mais”, observa. A mesma opinião é compartilhada pela aluna Crislaine Pereira, de 12 anos.
O voluntário do projeto Sistema Ambiental de Recuperação da Área Nativa do Rio Cuiabá (Saran), Gilberto Loureiro se diz satisfeito por realizar o trabalho. “Nós visitamos as escolas da cidade fazendo palestras educativas sobre a questão ambiental e colaboramos em ações de preservação”, afirma. Os voluntários se reúnem na Casa regularmente para avaliarem o trabalho e definirem novas ações.
Outra voluntária que se sente realizada prestando serviço na Casa do Saber é a soldado Maria José dos Santos Barcelo. Ela é especializada em Educação Infantil e ministra aulas de Informática Educacional a crianças de 6 a 10 anos. “As crianças não têm computadores em casa, então quando passo exercícios para casa tenho que fazer de modo diferenciado, com ilustrações do micro-computador, as teclas dele pra serem visualizados e facilitarem no desenvolvimento das tarefas. Temos uma apostila ilustrada também. Trabalho no nível didático-pedagógico da faixa etária e fico feliz com os resultados que estamos conseguindo”, explica. Ela é outra voluntária que doa parte de seu tempo a esta atividade.
Assim também ocorre com a professora Jane Talarico, que coordena os cursos ministrados na Casa e, ao mesmo tempo ministra aulas de alimentação alternativa, além de ser diretora da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Rosário Oeste. Uma de suas filhas participa da fanfarra por vontade própria e sua mãe também ministra aulas de culinária.
MÚSICA
A fanfarra do grupamento Guará, projeto também implementado pela Casa do Saber que recruta jovens para atividades cívicas é coordenada pelo sargento Josinei. Segundo ele, são 80 integrantes que dispõe de 55 instrumentos. Ele ministra aulas de música para duas turmas no período da manhã e duas no período da tarde. Os ensaios da fanfarra ocorrem nas quartas-feiras no final da tarde. “Eu faço aulas de música para que eles aprendam a ler partitura, e, ensino técnicas musicais e fico feliz com esta atividade extra”, assinala.
Conhecido popularmente como “Pacu”, o policial Eduardo visita as escolas da cidade diariamente. Fardado com o uniforme da PM ele é responsável pelo monitoramento dos alunos. É ele que verifica com as diretoras ausências ou comportamentos anti-sociais dos estudantes e procura orientar as famílias ou mesmo o próprio aluno sobre os prejuízos que isso possa trazer. “Se uma criança começa a faltar muito, por exemplo, a gente visita a família e procura saber o problema e resolvê-lo da melhor maneira possível, diz ele. Essa é a minha função”, completa.
O comandante da PM em Rosário Oeste ressalta que a presença dos policiais nas escolas também inibe a aproximação de traficantes e outros criminosos. "A relação do Eduardo com os estudantes e com os diretores é muito boa. Principalmente as crianças, que adoram quando o “Pacu” quando aparece na escola", disse o tenente-coro.
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