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Internacional
Quinta - 06 de Setembro de 2007 às 23:59

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Argel, 6 set (EFE).- Um suposto membro do grupo terrorista Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) cometeu um atentado suicida esta tarde, na cidade argelina de Batna, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo outras 74, e coincidindo com a visita à região do presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika.

O balanço de vítimas é provisório, e os serviços de segurança temem que o número de mortos aumente, já que vários dos feridos foram hospitalizados em estado grave.

O presidente da Argélia terminava hoje, em Batna, uma viagem por diversas províncias do leste do país.

Segundo testemunhas do atentado, a intenção do terrorista era suicidar-se durante a passagem de Bouteflika.

O indivíduo misturou-se à multidão que havia se concentrado no centro da cidade e conseguiu aproximar-se de uma das barreiras de segurança. Quando as pessoas começaram a se dar conta de sua intenção, ele detonou a carga que levava.

Ao ser informado do atentado, o presidente argelino foi até o hospital onde os feridos foram internados, para saber de seu estado de saúde.

Ao comentar o fato às redes de televisão, Bouteflika condenou "os criminosos que tentam sabotar o processo de paz e de reconciliação nacional", em referência às medidas de anistia oferecidas aos terroristas que deixarem as armas.

"A reconciliação nacional é uma opção estratégica do povo argelino e um fato irreversível, e eu não vou desistir", disse Bouteflika.

Em outro momento de seu discurso, o presidente afirmou que os atos terroristas "não têm nada a ver com os nobres valores do Islã".

As circunstâncias deste atentado apontam para o grupo terrorista, que já cometeu ataques similares em Argel e Lakhadaria, e ameaçou multiplicar suas ações suicidas, afirmando em um de seus comunicados que "dispõe de muitos jovens que desejam ser mártires".

O grupo, anteriormente denominado "Grupo Salafista para a Pregação e o Combate" (GSPC), e transformado agora em filial norte-africana da Al Qaeda, tenta implantar na Argélia ações suicidas semelhantes às que acontecem no Iraque.

Em 11 de abril deste ano, o grupo dirigido pelo terrorista Abdelmalek Drukdel, conhecido como Abu Mossab Abdelduaud, cometeu três atentados suicidas em Argel, sendo um deles contra a sede do Governo e os outros dois contra diversas dependências policiais.

O balanço final desses atentados foi de trinta mortos, incluídos seus autores, e mais de duzentos feridos.

Três meses depois, outro suicida pertencente à mesma facção detonou o caminhão que conduzia dentro de um quartel militar da cidade de Lakhadaria, matando oito pessoas e ferindo mais de uma dúzia.

Estes atentados foram reivindicados pelo AQMI, que divulgou pela Internet vídeos nos quais eram mostrados sua preparação e desenvolvimento, assim como testemunhos dos terroristas suicidas.

Além disso, afirmam dispor de um enorme contingente de jovens dispostos a se transformar em "mártires" para propagar a guerra santa.

As forças de segurança argelinas têm aplicado duros golpes no grupo, eliminando nos últimos seis meses vários de seus líderes regionais. Porém, de acordo com especialistas ocidentais na luta contra o terrorismo, a organização não foi totalmente desarticulada.



O Governo mantém sua oferta de anistia aos terroristas que aceitem se render, e também oferece a eles medidas de reinserção social. Entretanto, o AQMI rejeitou todas elas, e afirmou que existe um "regime infiel" estabelecido em Argel.

A organização terrorista afirmou que iniciará ações fora das fronteiras argelinas, e lançou ameaças a vários países ocidentais, como França, Itália e Espanha.




Fonte: EFE

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