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Cidades/Geral
Quarta - 05 de Setembro de 2007 às 10:27

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Três adolescentes sumiram numa mesma noite e de um mesmo lugar em 15 de maior de 2001. Dois dos garotos trabalhavam em duas bancas de camelôs localizadas na Avenida dos Trabalhadores, em frente Residencial São Carlos, no bairro Carumbé, em Cuiabá. Dias depois as famílias descobriram, através de uma testemunha que eles foram seqüestrados por dois homens em um carro.

Quase um mês depois a Polícia desenterrou os três corpos em uma cova rasa mos fundos do bairro São Maués. Um matagal também usado na época por ladrões de carros para esconder veículos, principalmente camionetas de luxo antes de levá-las para a Bolívia. Preso, o ex-cabo da Polícia Militar Agostinho Araújo Agostinho, o “Cabo Hércules” confessou o seqüestro, o triplo e ocultação dos cadáveres e ainda denunciou mais três pessoas.

O “Cabo Hércules, condenado em outros crimes de pistolagem (crimes encomendados), já foi julgado e condenado. O segundo acusado, no entanto, o também ex-soldado da PM, Célio Alves de Souza, nunca foi julgado. O julgamento dele agora está marcado para o próximo dia 21 no Plenário do Júri Popular do Foram Criminal de Várzea Grande (Grande Cuiabá) por ser a jurisdição onde os três adolescentes foram executados e os três corpos foram encontrados.

O Tribunal do Júri Popular será presidido pela juíza Maria Erotildes Kneip Macedo, titular da 1ª vara Criminal de Várzea Grande. A magistrada, no entanto, não quis falar sobre o julgamento. Ela se limitou apenas a confirmar às 8 horas do dia 21 de setembro como a hora e o dia do julgamento do ex-PM Célio Alves.

Por medida de segurança, o ex-PM encontra-se preso atualmente na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (S). Célio, no entanto, já está autorizado pela Justiça Federal para ser recambiado para a Penitenciária de Pascoal Ramos, um dia antes do julgamento. Depois ele deve ser levado de volta para Campo Grande.

Além de acusar Célio Alves, seu ex-suposto parceiro em crimes de pistolagem, o “Cabo Hércules” também acusou o empresário João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador” na época “comandante” do jogo do bicho em Mato Grosso, apontado como o mandante do triplo assassinato. Uma terceira pessoa também foi acusada, mas foi inocentada durante o julgamento do “Cabo Hércules”.

Preso no Uruguaio, Arcanjo Ribeiro também cumpre pena por outros crimes federais na Penitenciária de Pascoal Ramos. O processo acusatório dele foi desmembrado, mas na avaliação da Justiça, Arcanjo Ribeiro também deve sentar no banco dos réus, possivelmente ainda este ano para ser julgado.

As acusações contra Arcanjo Ribeiro, seriam de crime de mando. Dois dos três menores seqüestrados e assassinados, teriam assaltado uma banca do jogo do bicho dias antes para roubar R$ 500.00. O ex-homem forte de Mato Grosso nega tudo e garante que as acusações são falsas.

O “Cabo Hércules teria denunciado Arcanjo Ribeiro devido a um “desacordo comercial”. O combinado financeiro seria para matar os dois garotos que teriam assaltado a banca do jogo de bicho, e não três como acabou acontecendo.

Como no momento do seqüestro havia um terceiro adolescente no local, ele também teria sido levado e assassinado para não falar como “queima de arquivo. Arcanjo, segundo a denúncia, só teria pago pelas duas mortes, o que teria revoltado o “Cabo Hércules” que se aproveitou a chance de estar preso para denunciar o “ex-patrão”.

As acusações durante o processo feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) são pesadas, principalmente contra Célio Alves. Ele seria o mentor do sequestro e o autor dos tiros que mataram os três adolescentes. O ex-soldado da PM, no entanto, também nega tudo e jura inocência.

Caso seja condenado, Célio Alves, que já cumpre 73 anos de prisão em outros crimes, pode acrescentar mais é 60 anos de reclusão em regime fechado em sua ficha carcerária.

A reportagem tentou conversar com as famílias das três vítimas que antes moravam na mesma região do bairro Carumbé, mas não as localizou. Assustadas, segundo um morador, que também com medo pediu para não ser identificado, as famílias teriam se mudado para outro bairro.





Fonte: 24HorasNews

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