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Economia
Terça - 04 de Setembro de 2007 às 15:36

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O desemprego entre jovens de 15 a 24 anos na América Latina é quase três maior do que o desemprego entre os adultos, segundo o relatório Trabalho Decente e Juventude na América Latina, divulgado nesta terça-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O relatório afirma que o desemprego atinge 10 milhões de jovens na região, o equivalente a 16% da força de trabalho entre 15 e 24 anos. Entre os adultos, o desemprego é de 6%.

Os jovens representam 46% do total de desempregados na região. Outros 22 milhões não estudam nem trabalham e mais de 30 milhões trabalham na informalidade ou em condições precárias.

Dos 106 milhões de jovens entre 15 e 24 anos na região, 58 milhões fazem parte da força de trabalho – ou seja, querem trabalhar e estão buscando emprego. Desses, 10 milhões estão desempregados e 30 milhões trabalham na economia informal. Outros 48 milhões são inativos – não têm e nem buscam emprego, provavelmente porque ainda estudam.

Mesmo quando trabalham, os jovens ganham menos: o salário dos jovens é, em média, 56% do recebido pelos adultos.

Estudo

O dado mais preocupante da pesquisa, na avaliação da OIT, são os 22 milhões de jovens que não estudam nem trabalham. “Os jovens aportam energia, talento e criatividade às economias e nenhum país pode se permitir desperdiçar este potencial”, afirma o o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.

O relatório também mostra que os jovens que não estudam nem trabalham estão nas famílias com renda mais baixa.

O documento destaca que o trabalho precoce compromete o futuro desses jovens e sua empregabilidade no futuro, já que muitos deixam de estudar quando começam a trabalhar e outros trabalham antes mesmo dos 15 anos.

“Condenados ao desemprego, a empregos informais ou a condições de trabalho precárias, os jovens costumam encontrar-se em meio a um círculo vicioso de pobreza que afeta a auto-estima, gera desalento e limita suas esperanças”, afirma Somavia.

O relatório diz que os governos devem criar políticas públicas para facilitar a inserção do jovem no mercado de trabalho, melhorando a qualidade da educação, ampliação a proteção social, estimulando o desenvolvimento de empresários juvenis e elaborando leis de estímulo ao emprego dos jovens.

O relatório não tem dados específicos sobre o desemprego de jovens no Brasil, mas destaca dois projetos do governo brasileiro: o ProUni, um programa de bolsas de estudos do governo federal, e os projetos de qualificação para trabalhadores domésticos.

“A aplicação do ProUni, junto com a criação de 10 universidades federais e 49 novos campi no interior do país, ampliam o número de vagas na educação superior, levam a educação pública ao interior do país e combatem as desigualdades regionais”, afirma o texto.

O documento diz ainda que existem no país 6,6 milhões de trabalhadores domésticas que recebem em média 90% do salário mínimo e que apenas 26% têm carteira de trabalho assinada.





Fonte: BBC Brasil

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