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Internacional
Terça - 04 de Setembro de 2007 às 07:03

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Sydney, 4 set (EFE).- O ministro de Relações Exteriores da Austrália, Alexander Downer, anfitrião da reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), pediu hoje aos 21 membros do bloco que eliminem as tarifas comerciais, sem esperar a conclusão da Rodada de Doha.

Downer disse numa entrevista coletiva em Sydney que o Apec apóia completamente o processo de liberalização de mercados negociado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas, na sua opinião, o grupo não deve esperar o sucesso das negociações para avançar.

"Devemos pensar numa área de livre-comércio para a região da Ásia e Pacífico, como um objetivo de longo prazo", disse Downer. Ele antecipou que este será um dos temas em discussão a partir de amanhã, e durante dois dias, entre os ministros de Economia e de Comércio dos países-membros, reunidos em Sydney.

O tema escolhido para os debates deste ano é "Reforçar a comunidade e construir um futuro sustentável". O objetivo é analisar os resultados atingidos em 2007 e buscar as prioridades para o programa de trabalho do próximo ano.

Os ministros assinarão na quinta-feira uma declaração conjunta, que será apresentada aos líderes do grupo na cúpula de sábado e domingo, também em Sydney. Segundo a minuta do texto, o Apec pressionará para que a Rodada de Doha seja retomada este ano.

O Fórum fixou como objetivo em Bogor (Indonésia), em 1994, que os membros com economias industrializadas eliminassem suas barreiras comerciais em 2010, e os demais em 2020. Mas o bloco ainda está longe de alcançar a meta.

Downer disse hoje que as metas estabelecidas em Bogor, definindo a liberalização comercial como objetivo principal do Fórum, continuam vivas. Ele considerou "vital" manter essa intenção.

"Pediremos aos membros que se comprometam a promover uma reforma dentro de suas fronteiras, ou seja que não se limitem a eliminar as tarifas sobre o comércio, como exige a liberalização global, mas também comecem a trabalhar em assuntos de regulação e economia local", explicou Downer.

O Apec não estabelece planos de reforma para seus membros. Ele serve como plataforma para compartilhar experiências entre os países, uma prática batizada de "unilateralismo pactuado". Cada economia avança de forma unilateral dentro dos objetivos acertados no Fórum.

O processo de liberalização, dentro do bloco, vem progredindo ao longo dos anos por propostas específicas. Em julho, por exemplo, os ministros de Comércio do grupo sugeriram a criação de um novo Plano de Ação para Facilitar o Comércio.

O plano pretende reduzir os custos das transações comerciais na região em 5% até 2010. Outras medidas alfandegárias com o mesmo objetivo seriam aplicadas ao longo dos anos.

As economias do Apec contam com janelas alfandegárias, sistemas de harmonização e requisitos de segurança em alimentos e meios de transporte, entre outros mecanismos para facilitar a troca comercial e o movimento de viajantes na região, lembrou Downer.

De 1989 até hoje, disse o ministro australiano, as tarifas médias nas economias dos países-membros baixaram de 17% para 5%. No mesmo período, o comércio entre eles cresceu a uma média de 8% ao ano.

Ao introduzir reformas estruturais mais profundas e pressionar para que as economias do Apec sejam mais abertas, melhorem sua eficiência e reduzam a burocracia, o Fórum "enviará um sinal sobre a importância de concluir a Rodada de Doha", argumentou Downer.

O Apec reúne Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Rússia, Cingapura, Tailândia, Taiwan e Vietnã.





Fonte: EFE

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