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Trabalhadores denunciaram que estão vivendo em situação de escravidão. Empresa prestadora de serviços nega as denúncias.
Fiscais constatam precariedade em alojamentos de operários em Cuiabá
Os fiscais da Superintendência Regional do Trabalho constataram irregularidades durante vistoria nos alojamentos de uma empresa que presta serviços para a CAB Ambiental, concessionária de água e esgoto em Cuiabá. Cerca de 50 trabalhadores denunciaram que estão vivendo em condições análogas à escravidão. Eles estão em uma casa cuja varanda foi fechada com tapume de construção e transformada em alojamento, onde foram colocados seis beliches.
O proprietário da empresa prestadora de serviços à concessionária de água e esgoto negou as irregularidades na contratação e no alojamento dos empregados. A diretoria da CAB Cuiabá informou que apura a denúncia de irregularidades trabalhistas e que se elas forem confirmadas, a empresa envolvida pode ser até afastada. A maioria dos funcionários veio da Bahia.
O resultado preliminar da fiscalização apontou que o alojamento da empresa está com problemas nos banheiros, como falta de chuveiro elétrico e vasos sanitários sem descarga.Os fiscais também constataram que funcionários que ficaram doentes não tiveram assistência adequada e ainda ficaram com os dias descontados dos salários.Além disso, alguns trabalhadores estariam com desvio de função: foram contratados como ajudantes, mas ma prática, exerciam funções como de pedreiro e encanador.
Os fiscais solicitaram a regularização imediata das condições do alojamento à empresa. Será necessário instalar ventiladores, trocar os colchões, fornecer roupas de cama,e, pelo menos, mais um uniforme para cada trabalhador.
"A promessa que a gente teve era de que se tratava de uma empresa padronizada e ia dar todos os direitos para nós. Por isso, saímos da nossa cidade e viemos iludidos. Nada do que foi combinado, está sendo cumprido", reclamou o ajudante de pedreiro, Fábio dos Santos.
De acordo com os operários, materiais de higiene e limpeza são vendidos. Um copo plástico de sabão em pó, por exemplo, custaria um real. No final de cada mês, o valor é descontado dos salários.
"Quando a gente quer comprar qualquer coisa aqui, um copo de sabão em pó, por exemplo, custa R$ 1 e de detergente é R$ 2", pedreiro Everaldo Jesus.
"Quando a gente quer comprar qualquer coisa aqui, um copo de sabão em pó, por exemplo, custa R$ 1 e de detergente é R$ 2", pedreiro Everaldo Jesus.
Fonte:
Do G1 MT
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/20866/visualizar/
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