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Internacional
Sábado - 01 de Setembro de 2007 às 18:55

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Bogotá, 1 set (EFE).- A senadora colombiana Piedad Córdoba, autorizada para definir com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) um acordo humanitário, disse hoje que o emissário designado pela guerrilha para falar com o presidente da Venezuela, deve ser alguém com capacidade de decisão.

Córdoba afirmou que o representante das Farc deverá ser "uma pessoa do nível de Raúl Reyes, Ivan Ríos ou do próprio (Manuel) Marulanda".

A senadora acrescentou que se requer prudência, sigilo, para conseguir a confiança que permita a chegada a Caracas do emissário da guerrilha.

As declarações da legisladora ocorrem após a visita de mais de 16 horas do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na qual reafirmou ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, seu apoio e mediação com um eventual diálogo com as Farc.

O governante venezuelano manifestou confiança em obter, por meio de seus bons ofícios, um acordo humanitário que permita a libertação do grupo de seqüestrados passíveis de troca por guerrilheiros presos, que as Farc têm em seu poder, alguns deles há cerca de dez anos.

Segundo o próprio líder venezuelano, ele não se imagina ficar seis meses buscando alternativas para o acordo humanitário, e quer avançar o mais rápido possível para conseguir a liberdade dos reféns.

"Sinto que podemos, se não, não estaria aqui", disse Chávez, em entrevista coletiva, na noite de sexta-feira, na fazenda de Hato Grande, nos arredores de Bogotá, com o presidente colombiano.

Posteriormente, Chávez se transferiu à casa do embaixador do país na Colômbia, onde realizou vários encontros, encerrados na madrugada de hoje.

O presidente da Venezuela se reuniu com 35 convidados colombianos, entre eles representantes de guerrilheiros detidos que estão em prisões do país e do exterior, que apóiam o acordo humanitário, e que pediram que o líder intercedesse por eles.

Um dos advogados, Ramiro Orjuela, disse que o Governo de Uribe e a guerrilha terão que se sentar "para ver se a troca (dos seqüestrados) será somente por guerrilheiros combatentes, militantes, ou se inclui centenas de camponeses" detidos, com a acusação de ajudarem os insurgentes.

Parentes dos reféns ficaram reunidos por várias horas nos arredores da casa do embaixador da Venezuela na Colômbia, Pavel Rendón, na tentativa, sem sucesso, de falar com o presidente venezuelano. Eles, no entanto, conseguiram manifestar suas preocupações ao ministro de Comunicações e Informação do país, Willian Lara.

Chávez falou com membros do Partido Liberal e do Polo Democrático Alternativo, parte da oposição ao Governo Uribe; com diretores de meios de comunicação locais, e com nove importantes empresários, alguns com interesses na Venezuela e outros com a intenção de investir no país.

A Venezuela é o segundo destino das exportações colombianas, superado apenas pelo mercado dos Estados Unidos.

Em declarações hoje à imprensa, o embaixador Rondón disse que no caso das Farc são pessoas que vivem ilegalmente e por isso assegurou que não tem "idéia de como essa pessoa chegaria à Venezuela".

O diplomata assinalou que apesar de "não existir uma ordem precisa do presidente" sobre o assunto, ela ocorreria se fosse necessária a intervenção da embaixada para a mudança dessa pessoa ao território venezuelano.

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo, disse hoje que o Governo, "ao invés de pôr obstáculos à reunião, seguramente vai facilitar sua realização".

Araújo acrescentou que não poderia afirmar "que tipo de ações podem ser adotadas para que o encontro ocorra", e ressaltou que "o que existe é a vontade de concretizar a reunião".

"Acho que as Farc têm a capacidade de se movimentar pela floresta sem que seja necessário que o Governo faça alguma ação específica", afirmou o chanceler.




Fonte: EFE

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