Preços do álcool e do GNV se alinham pela primeira vez
Em Mato Grosso, a diferença de preços entre os combustíveis na bomba fica próxima dos 20%. Os preços do álcool combustível estão equiparados aos preços do gás natural veicular (GNV) nos postos de abastecimento. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro do álcool em agosto no país, está em torno de R$ 1,361, com queda de 15,94% em relação ao preço médio registrado em agosto do ano passado. O metro cúbico do GNV, por sua vez, está em R$ 1,337, com aumento de 6,70% sobre agosto de 2006. Desde o final do ano passado, a Petrobras passou a reajustar os preços do gás para as distribuidoras, que agora estão repassando aos consumidores.
É a primeira vez que os preços dos dois combustíveis ficam nos mesmos níveis para o consumidor final. Em agosto do ano passado, por exemplo, o litro do álcool era comercializado em torno de R$ 1,619 enquanto o metro cúbico do GNV estava em torno de R$ 1,266. Em março último, antes do início da colheita, este derivado da cana estava em R$ 1,581 enquanto o metro cúbico do GNV era comercializado por R$ 1,253.
Em Mato Grosso, a diferença entre os combustíveis fica próxima dos 20%. Na última pesquisa da ANP – que apurou os preços entre os dias 19 e 25 deste mês – o álcool registrou preço médio de R$ 1,20, enquanto que o GNV – ofertado em apenas três postos da Capital – tem preço médio de R$ 1,49 para cada metro cúbico. Já em relação a média nacional apurada pela ANP, o álcool mato-grossense está 11,76% abaixo e o GNV 11,19% menor. A média nacional é de R$ 1,361 e R$ 1,344, respectivamente.
MERCADO - Com a queda dos preços do álcool, o ritmo de conversão de veículos para a utilização de gás natural veicular (GNV) caiu 25,4% este ano em relação ao observado no ano passado. Segundo dados do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), a média deste ano até julho está em 16,89 mil veículos/mês, ante 22,64 mil mensais em 2006.
O coordenador do Comitê de GNV do IBP, Roseli Fernandes, admite que a conversão foi afetada pelos menores preços do álcool este ano, mas ele ressalta que o mercado de GNV continua crescendo. "No final de julho, a frota de GNV atingiu 1,44 milhão de veículos e vamos crescer entre 16% e 18% até o final do ano", estima.
Fernandes disse que, apesar de os preços do GNV estarem praticamente equiparados aos preços do álcool, isso não tira as vantagens do veículo convertido. Segundo ele, um carro que utiliza GNV percorre cerca de 13 quilômetros com um metro cúbico do combustível, enquanto um carro movido a álcool percorre cerca de 7 quilômetros com um litro. "Um carro a GNV gasta quase a metade em combustível do que um movido a álcool", garante.
O executivo observa ainda que os preços do álcool e do GNV tendem a subir nos próximos meses. "Há um movimento sazonal de queda de preços do álcool entre abril e agosto, com alta nos meses seguintes, até o início da safra da cana, em março", afirmou.
O GNV subirá devido à política da Petrobras de aumentar os preços do gás nos meses de abril, julho e setembro. "A tendência, porém, é que o álcool suba mais que o GNV", acredita.
GASOLINA - A cidade de Goiânia, capital de Goiás, tem os menores preços médios de gasolina para o consumidor entre as grandes cidades brasileiras, conforme a pesquisa da ANP. Segundo a agência reguladora, a gasolina está sendo vendida nos postos de Goiânia por R$ 2,253 por litro, 9,5% abaixo da média nacional, que está em R$ 2,487. Belo Horizonte vinha em seguida entre as cidades com preços menores. Na capital mineira, a gasolina custa R$ 2,345 o litro, 6,7% abaixo da média.
Na outra ponta estão as cidades de Recife e Brasília, entre as grandes metrópoles onde os preços da gasolina estão mais caros, com preços de 2,648 e R$ 2,582. Na capital paulista, o litro da gasolina custa R$ 2,384, em média, enquanto no Rio a média está em R$ 2,487.
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