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Sexta - 31 de Agosto de 2007 às 07:57
Por: Josi Costa

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O aposentado Lauro Galdino Pedro, 70, Fernando Benites, 20, e pelo menos 6 crianças entre 4 e 10 anos, estão entre as vítimas de cães da raça pit bull nos últimos 12 meses, quando 18 ataques foram registrados em Cuiabá. A veterinária Valéria Régia Franco Souza,31, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) reconhece que não é uma raça apropriada para se conviver com crianças.

Alguns casos chocaram mais. Talisson Gouveia Monteiro, 6, teve o rosto desfigurado, se submeteu a várias cirurgias plásticas e correu o risco de perder a visão.

Há alguns dias, um bebê do interior de Minas Gerais (MG), de apenas 3 meses, foi atacado e morto por um desses animais quando estava no colo da avó. O cão -criado pela própria família -destruiu parte do rosto da criança. Galdino morreu por hemorragia com diversas mordidas pelo corpo e uma delas rompeu uma artéria.

Valéria alerta que qualquer cão de raça grande tem poder de ataque. "Os pequenos também atacam, mas não há registros".

É comum, em Cuiabá, assistir a cena em que o pit bull "arrasta" o dono, o que aumenta a insegurança de quem está próximo. "O cachorro precisa obedecer, enfatiza, ao reprovar esse tipo de comportamento.

Ela explica que após o desmame, entre 8 e 12 semanas de vida, o animal precisa ter contato social com as pessoas da casa e até com quem visita o local com frequência.

"É necessário impor limites porque essa raça tende a ser dominante. Quando ele anda à frente do dono está dizendo que é o chefe da matilha", alerta, ao aconselhar que os donos que brinquem com o cão e em caso de agressividade falem firme o suficiente para que compreendam a repreensão.

A veterinária destaca que a memória do bicho é curta e que essa atitude precisa ser tomada 30 segundos após o ato. Ela lembra ainda que animal exige tempo.

"Bater e espancar pode deixá-lo ainda mais agressivo. Ao comentar os ataques a crianças, Valéria reconhece que pit bull não é uma raça ideal para esse público e entende que os ataques são a reação do bicho a provocações.

Condenação - A 7ª Vara Cível de Bauru, no interior de São Paulo, condenou os donos de dois cães da raça pit bull a indenizar a vítima do ataque dos animais em R$ 114 mil por danos morais e R$ 6,5 mil para despesas médicas a Irani Antônio Soares, 64.

A vítima teve partes do corpo arrancadas pelos animais que invadiram sua propriedade, passou por cirurgias para reconstituição do rosto e membros.

"O dono ou detentor do animal ressarcir os danos por este causados, salvo se comprovar culpa da vítima ou força maior", diz o artigo 936 do Código Civil. A decisão é do dia 11 de agosto e cabe recurso.

Essa é uma das notícias que o advogado André Portocarrero, 40, tem no banco de dados que ele alimenta há 10 anos, quando começou a "pesquisar" a agressividade do pit bull.

Amor incondicional -Calixto Pereira da Silva, 47, é formado em Teologia pela UFMT mas trocou o exercício da ciência que estuda Deus para trabalhar com cães. "Mexer com cão é melhor que trabalhar com gente", resume, o cinotécnico (adestrador), sobre o fascínio pela espécie canina, que para ele não representa qualquer perigo.

Ele tem um canil no Distrito Industrial e trabalha com as mais diferentes raças com a ajuda de um filho e uma nora. Pereira diz que a educação é a base para ter um animal educado e obediente. "Ele nasce com uma índole. Se não formar seu caráter vai ser um delinquente com desvios de comportamento que vai dar trabalho ao dono e à sociedade. Ter um cão é sinônimo de trabalho e dedicação", alerta, ao esclarecer que mesmo adestrado o cão precisa ser estimulado para não perder o condicionamento.





Fonte: Gazeta Digital

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