Repórter News - reporternews.com.br
Festival de Veneza apresenta filmes de Ang Lee e Kenneth Branagh
Veneza (Itália), 30 ago (EFE).- A relação humana que nasce da humilhação, o vínculo doentio que se cria e a intimidade entre o carrasco e a vítima, foi o ponto em comum hoje nos dois filmes apresentados na Mostra Competitiva: "Se, Jie (Lust, Caution)", de Ang Lee, e "Sleuth", de Kenneth Branagh.
Com a exibição de ambos os filmes, Veneza - em dia de tempestades - substituiu a beleza de Keira Knightley, protagonista de "Atonement", que abriu o festival na quarta-feira, com a de Jude Law, um dos principais atores de "Sleuth", e de Tang Wei, atriz principal em "Se, Jie (Lust, Caution)".
O diretor Ang Lee retornou com seu último trabalho ao festival, um desafio, já que há dois anos recebeu o Leão de Ouro de melhor filme com "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005), com o qual também ganhou um Oscar.
Ambientada em Hong Kong e na Xangai da Segunda Guerra Mundial, o filme serviu para Lee continuar no terreno do "psicodrama", segundo o próprio, e se internar nos lugares mais desconhecidos da alma humana, como a relação nascida da humilhação, especialmente da sexual.
A trama se centra na relação entre Wang Chiah-Chih, interpretada por Tang Wei, agente da resistência chinesa, com Mr. Yee, representado por Tony Leung Chiu Wai, um torturador que colabora com os japoneses.
Ela se infiltra na vida dele com a missão de facilitar sua morte pela resistência.
Com um começo lento e um tempo longo - 156 minutos - o filme, na versão original em chinês, ganha tensão, tanto pela intriga como pelas cenas de sexo, quando os dois protagonistas começam uma relação doentia, na qual ela dorme com ele para conseguir sua confiança.
O filme conta com várias cenas de sexo explícito, mas que não estão sobrando, já que boa parte representa a exploração da alma que Ang Lee empreende no filme.
A relação entre os dois personagens principais, baseada no sexo e na humilhação, cresce até o ponto em que ela tem duvidas se conclui a missão encomendada.
O filme "Sleuth" também tem humilhação e tensão sexual, embora do tipo "homossexual", já que nela um velho milionário britânico, vivido por Michael Caine, tenta seduzir um jovem, amante de sua esposa, que é interpretado por Jude Law.
E como diz um dos personagens do filme, "a humilhação é o vínculo mais potente entre dois seres humanos".
O filme é uma nova versão de "Sleuth", rodado em 1972 por Joseph L. Mankiewicz, com o próprio Caine no papel de Law. Laurence Olivier vivia o milionário.
Mas se a primeira versão era uma peça de relojoaria perfeita, construída em cima do roteiro de Anthony Shaffer, nesta a engrenagem funciona, porque a humilhação fica perfeitamente retratada, embora uma hora se torne um tanto quanto equivocada.
A comparação entre os dois "Sleuth" é inevitável, por mais que o britânico Michael Caine não goste e diga que não é uma "simples versão nova", já que, neste caso, ele "não teria feito".
O que sobressai nas duas obras é a busca da humilhação do rival, a luta do macho pela fêmea, os ciúmes e a necessidade de demonstrar que é melhor que o outro.
Mas a versão moderna precisou ser adaptada aos tempos atuais, ou seja, a mansão da antiga "Sleuth" teve seu interior renovado pela "alta tecnologia", a excentricidade e o gosto pelos jogos de estratégia do milionário aristocrata foram substituídos agora por um forte componente de sedução homossexual.
Na "Sleuth" de 1972 havia uma insinuação dessa sedução, como um aspecto mais de um amplo espectro psicológico surgido a partir da rivalidade estabelecida entre ambos os homens, em que estava incluída a disputa entre a juventude e a velhice, a engenhosidade e a experiência.
"Nunca chegamos tão longe nesse jogo de sedução homossexual" na primeira "Sleuth", diz Michael Caine. O diretor Kenneth Branagh afirma que tentou "concentrar" todos os aspectos humanos deixando o acessório de lado, como os jogos de estratégia.
O resultado é que, ao faltar esses jogos, o espectador é mais passivo na nova versão e se limita a observar a interpretação dos dois atores.
Com a exibição de ambos os filmes, Veneza - em dia de tempestades - substituiu a beleza de Keira Knightley, protagonista de "Atonement", que abriu o festival na quarta-feira, com a de Jude Law, um dos principais atores de "Sleuth", e de Tang Wei, atriz principal em "Se, Jie (Lust, Caution)".
O diretor Ang Lee retornou com seu último trabalho ao festival, um desafio, já que há dois anos recebeu o Leão de Ouro de melhor filme com "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005), com o qual também ganhou um Oscar.
Ambientada em Hong Kong e na Xangai da Segunda Guerra Mundial, o filme serviu para Lee continuar no terreno do "psicodrama", segundo o próprio, e se internar nos lugares mais desconhecidos da alma humana, como a relação nascida da humilhação, especialmente da sexual.
A trama se centra na relação entre Wang Chiah-Chih, interpretada por Tang Wei, agente da resistência chinesa, com Mr. Yee, representado por Tony Leung Chiu Wai, um torturador que colabora com os japoneses.
Ela se infiltra na vida dele com a missão de facilitar sua morte pela resistência.
Com um começo lento e um tempo longo - 156 minutos - o filme, na versão original em chinês, ganha tensão, tanto pela intriga como pelas cenas de sexo, quando os dois protagonistas começam uma relação doentia, na qual ela dorme com ele para conseguir sua confiança.
O filme conta com várias cenas de sexo explícito, mas que não estão sobrando, já que boa parte representa a exploração da alma que Ang Lee empreende no filme.
A relação entre os dois personagens principais, baseada no sexo e na humilhação, cresce até o ponto em que ela tem duvidas se conclui a missão encomendada.
O filme "Sleuth" também tem humilhação e tensão sexual, embora do tipo "homossexual", já que nela um velho milionário britânico, vivido por Michael Caine, tenta seduzir um jovem, amante de sua esposa, que é interpretado por Jude Law.
E como diz um dos personagens do filme, "a humilhação é o vínculo mais potente entre dois seres humanos".
O filme é uma nova versão de "Sleuth", rodado em 1972 por Joseph L. Mankiewicz, com o próprio Caine no papel de Law. Laurence Olivier vivia o milionário.
Mas se a primeira versão era uma peça de relojoaria perfeita, construída em cima do roteiro de Anthony Shaffer, nesta a engrenagem funciona, porque a humilhação fica perfeitamente retratada, embora uma hora se torne um tanto quanto equivocada.
A comparação entre os dois "Sleuth" é inevitável, por mais que o britânico Michael Caine não goste e diga que não é uma "simples versão nova", já que, neste caso, ele "não teria feito".
O que sobressai nas duas obras é a busca da humilhação do rival, a luta do macho pela fêmea, os ciúmes e a necessidade de demonstrar que é melhor que o outro.
Mas a versão moderna precisou ser adaptada aos tempos atuais, ou seja, a mansão da antiga "Sleuth" teve seu interior renovado pela "alta tecnologia", a excentricidade e o gosto pelos jogos de estratégia do milionário aristocrata foram substituídos agora por um forte componente de sedução homossexual.
Na "Sleuth" de 1972 havia uma insinuação dessa sedução, como um aspecto mais de um amplo espectro psicológico surgido a partir da rivalidade estabelecida entre ambos os homens, em que estava incluída a disputa entre a juventude e a velhice, a engenhosidade e a experiência.
"Nunca chegamos tão longe nesse jogo de sedução homossexual" na primeira "Sleuth", diz Michael Caine. O diretor Kenneth Branagh afirma que tentou "concentrar" todos os aspectos humanos deixando o acessório de lado, como os jogos de estratégia.
O resultado é que, ao faltar esses jogos, o espectador é mais passivo na nova versão e se limita a observar a interpretação dos dois atores.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/209108/visualizar/
Comentários