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Quarta - 29 de Agosto de 2007 às 13:06

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A Operação Ouro Verde, realizada pela Polícia Civil e Militar no município de Colniza (1.068 quilômetros de Cuiabá), prendeu na madrugada desta quarta-feira mais 18 pessoas acusadas de porte e posse ilegal de arma. Ao todo, 24 pessoas estão detidas na Delegacia da cidade. A polícia cumpre mandados de prisão por homicídio, tortura e cárcere privado. São 19 mandados de prisão, busca e apreensão.

A operação foi desencadeada nesta terça-feira (28) no Assentamento Taquaruçu do Norte. José Fagundes Guimarães Dumond; Joaquim Guimarães Fagundes, conhecido como Quinzinho; José Ribamar Cardodo; Reinaldo Vilarino Faula, o Mineiro; Raimundo Duarte de Souza, o Louro; e Wagner Ferreira Mendes foram presos ontem à noite. Cinco prisões foram realizadas na fazenda Estrela.

Também na fazenda Estrela a polícia apreendeu 10 armas de fogo, sendo espingardas, escopeta, revólveres, pistolas e várias munições. No local a polícia ainda encontrou capuz, fardas do exército, coturnos e outros objetos. Todos foram presos e autuados em flagrante delito pelos crimes de porte e posse de arma de fogo. O principal objetivo dos policiais que estão na região é manter a ordem e a justiça no município.

Primeira operação

A ação da polícia na região iniciou há cerca de um ano, quando começaram a ocorrer vários homicídios. Após uma investigação comandada pelos delegados Sebastião Lopes e Paulo Araújo, foram identificados vários fazendeiros, que organizaram e se associaram a uma organização para atuar na extração ilegal de madeira na região noroeste do Estado, onde está o assentamento Taquaruçu. A ação dos fazendeiros gerou cinco homicídios e vários crimes de cárcere privado e tortura.

Foram mortos Cláudio de Souza de Oliveira, José Roberto Sabino, Gilberto Ivo da Rocha, João Pereira de Andrade e Olivar Ferreira Melo. As vítimas de tortura e cárcere privado foram José Carlos Sobrinho, Francisco Chaves da Silva, Amarildo Teixeira Ribeiro, Daniel Wesovoski, Leomagno Graciote, Paulo Belém, Luis Carlos Barbosa, Ademir Pereira Afonso, Agenor Henrique dos Santos e Joaquim Sebastião Marcelino.

De acordo a polícia, no dia 11 de dezembro de 2004, o Juiz de Direito da Comarca de Colniza concedeu reintegração de posse nos autos de ação no Processo nº 536/2004 - em benefício da Cooperativa Agrícola Mista de Produção Roosevelt – Cooperosevelt em desfavor de Antonio Paulo Tinoco e outros.

Na decisão ficou evidenciado que cooperativa de trabalhadores rurais ao ingressar com a ação denunciou que, desde o mês de outubro de 2002 possuía a posse da área intitulada "Assentamento Roosevelt – Gleba Taquaruçu do Norte", com 42.715 hectares, localizada no quilômetro 170 da Rodovia do Estanho, município de Colniza - MT, exercendo a atividade de agricultores.

No local estavam assentadas 185 famílias, quando Antonio Paulo Tinoco, acompanhado de outras pessoas, usando de violência, teriam expulsado os assentados do local, sob o argumento de que, juntamente com Carlos Bessa da Silva e Almindo Pereira Alves, teriam adquirido a área de uma pessoa chamada "Manoel Cumprido".

A expulsão

Segundo o processo, em junho de 2004 os assentados foram expulsos da área por homens fortemente armados e que teriam destruído plantações, ameaçando e obrigando os assentados a saírem do local. Após prova nos autos o juiz concedeu liminar de reintegração de posse.

Diante da decisão os crimes começaram a acontecer. Devido a decisão da justiça os fazendeiros resolveram formar um grupo com a intenção de fazer valer a força física, para torturar e matar trabalhadores assentados, diz a polícia. Trabalhadores nus eram obrigados a correrem pela mata.





Fonte: Redação TVCA

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