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Saúde
Quarta - 29 de Agosto de 2007 às 09:40

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Pesquisadores da UnB (Universidade de Brasília) estão otimistas com a possibilidade de poderem usar uma secreção da pele de pererecas no desenvolvimento de drogas no futuro.

Os seis tipos de proteína isolados pelo grupo mostraram, em estudos com camundongos, ter potencial para combater a malária, a leishmaniose e algumas infecções por bactérias resistentes a antibióticos.

As moléculas já passaram, com sucesso, por dois tipos de testes. "Fizemos alguns experimentos in vitro e também os testes de toxicidade in vivo, em camundongos", explica Selma Kückelhaus, pesquisadora da UnB e uma das responsáveis pelo estudo com as proteínas.

A secreção viscosa usada como matéria-prima foi extraída de duas espécies de anfíbios, a Phyllomedusa hypochondrialis e a P. oreades. "O estudo das proteínas dessas pererecas é super comum", explica a pesquisadora. Vários grupos, inclusive do Brasil, já isolaram outros agentes antibióticos dessa perereca.

Dentro do laboratório, as substâncias estudadas em Brasília, mesmo em baixas concentrações, destruíram os microrganismos (Plasmodium falciparum, da malária, Leishmania amazonensis, da leishmaniose tegumentar americana, e dois tipos de bactéria bastante virulentos) quando entraram em contato direto com eles.

Na segunda fase, o mesmo sucesso ocorreu, conta Kückelhaus. As filosseptinas (como são chamadas as proteínas isoladas pela equipe da UnB) foram testadas na medula óssea, no fígado, no baço, nos rins e no pulmão dos camundongos.

"Os peptídeos [nome dado às proteínas de baixo peso molecular] se mostraram livres de toxicidade in vivo mesmo em concentrações dez vezes acima da que proporciona o efeito antimicrobiano", diz Kückelhaus.

O projeto de pesquisa, que existe desde 2001, ainda está longe do fim, explica a pesquisadora. "É um processo demorado mesmo. Porém, com mais um ano, já teremos novos resultados, quem sabe, ainda mais positivos", diz.

A expectativa do grupo é saber se a ação contra o causador da malária vai ser realmente confirmada. "Vamos ver a viabilidade disso nos modelos experimentais [animais]."

O estudo feito pela UnB, em parte, também contou com a participação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). O processo de isolamento e síntese dos peptídeos já está patenteado.





Fonte: Folha Online

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