Brasil busca parceria para produzir etanol de celulose
"O etanol produzido a partir da celulose é a grande bandeira, mas vamos buscar parcerias para algumas ações nas áreas agrícolas que têm gargalos científicos e tecnológicos", explicou o chefe-geral da unidade de Agroenergia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Frederico Durães.
O encontro de setembro será o quarto para tentar dar viabilidade ao acordo.
A produção de etanol a partir de celulose no Brasil ainda é experimental e não tem viabilidade econômica, já que os custos são altos. Mas a corrida para dominar a tecnologia já começou. E cada país aposta em caminhos próprios, até porque, para "quebrar" a molécula da celulose, cada matéria-prima exige uma enzima específica. No Brasil, as pesquisas se voltam, principalmente, para o desenvolvimento de enzimas que permitam extrair a celulose do bagaço da cana.
Nos Estados Unidos, o foco está em outras matérias-primas, como o milho. Segundo o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, com a produção de etanol a partir da celulose extraída do bagaço da cana, a produção de álcool por hectare pode saltar dos atuais 6 mil a 7 mil litros para algo em torno de 10 mil a 12 mil litros.
"Usando o bagaço, temos a vantagem de já termos a matéria-prima processada, colhida e estocada ao lado de uma unidade industrial", disse Dornelles. Trata-se, porém, de um processo demorado, segundo a pesquisadora Sônia Couri, responsável pelo laboratório de Processos Fermentativos da Embrapa Agroindústria de Alimentos. "Por acaso, você pode até obter um material ideal, mas é preciso fazer um melhoramento genético e de linhagem para tentar aprimorá-lo", explica.
A Petrobras também está apostando nessa nova tecnologia. A empresa está desenvolvendo uma técnica própria em seu Centro de Pesquisas (Cenpes) e, até fim do ano, deverá colocar para funcionar uma planta-piloto.
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