Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Domingo - 26 de Agosto de 2007 às 16:46

    Imprimir


Dia 8 de setembro é o Dia Mundial de Combate à Raiva Animal. A doença mata por ano cerca de 40 mil bovinos no país e causa um prejuízo para o setor pecuário estimado em R$ 15 milhões. Para controlar a população de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue e disseminam a raiva animal, o Ministério da Agricultura está realizando um treinamento com profissionais da área.

Em Mato Grosso, onde está o maior rebanho bovino do país, foram registrados 30 focos da doença no primeiro semestre com cerca de 1.600 animais mortos. "Nós temos barreiras sanitárias à carne brasileira quando você não tem o diagnóstico do que está morrendo aquele animal. Ele pode estar morrendo de raiva e nossos importadores dizendo que é da doença da vaca louca, que também é uma doença neurológica", explica César Augusto Pompei, coordenador da Organização Panamericana de Saúde. "Temos que ter o programa da raiva bem coordenado, com diagnóstico, com controle dos morcegos hematófagos", completou Pompei.

Cáceres, a 220 quilômetros de Cuiabá, está em uma região de transição entre o Pantanal e o Cerrado. O relevo acidentado cria condições ideais para a reprodução do morcego hematófago, popularmente conhecido como morcego-vampiro, o principal transmissor da raiva animal. "A estratégia para captura dos morcegos na floresta amazônica é muito diferente da estratégia adotada aqui. Lá a gente captura na fonte de alimentação, do lado dos rebanhos. Aqui a gente pode capturar na boca de abrigos", observou Pompei.

Os profissionais ficam atentos às primeiras instruções do dia. Antes da prática, os alunos descobrem o que pode ser a principal lição do curso. O alerta é que o trabalho de captura de morcego é de alto risco. Depois disso, divididos em quatro grupos, eles seguem o rastro do morcego-vampiro.

Após de meia hora de viagem, o grupo chega a uma fazenda e encontra um refúgio de morcegos bem ao lado do gado. É uma casa abandonada no meio do cerrado. Como não há serras ou cavernas na região da fazenda, os morcegos se escondem em abrigos artificiais. Na casa vivem cerca de 200 morcegos.

Instrutores e alunos entram na casa e notam que o teto está cheio de morcegos. Os veterinários logo identificam quatro morcegos-vampiros acuados no canto da parede. Os alunos observam, fotografam e aprendem como fazer a captura com uma rede. A raiva animal é uma doença fatal que, além do rebanho, pode atingir os humanos. Por isso, é imprescindível usar luvas na tarefa.

Os veterinários passam uma veneno em forma de pasta nas costas dos morcegos. Em seguida, os animais são soltos no abrigo. "Essa pasta tem uma substância anti-coagulante. Com o hábito desse morcego de retornar para a colônia e viver agrupados, próximos uns dos outros, e fazer sua higienização, eles vão ingerir esta pasta e com isso ele vai morrer e, logicamente, os outros indivíduos da colônia", explicou Roberto Renato da Silva, coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Mato Grosso.

Gruta com mais de 1.500 morcegos

O próximo destino do grupo é uma caverna a 30 quilômetros dali. Na gruta, os morcegos se escondem nas fendas de calcário, sutilmente lapidadas pelas chuvas. "Identificamos uma colônia nessa gruta com mais de 1.500 morcegos. Imagine que, se essa colônia, se o vírus rábico se instalar nessa colônia, será um desastre porque são 1.500 morcegos que vão se alimentar em bovinos e veicular o vírus rábico para os bovinos. Tem que haver o controle desses morcegos", disse José Carlos Pereira de Souza, coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros do Rio de Janeiro.





Fonte: Redação TVCA

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/209726/visualizar/