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Domingo - 26 de Agosto de 2007 às 10:55
Por: Andréia Fontes

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Populares e especialistas relatam por que ao invés de se sentirem protegidos diante de um policial, seja militar ou civil, o sentimento é de medo ou até mesmo pânico

Você tem medo da polícia? Com esta pergunta a reportagem saiu às ruas nos últimos 15 dias. Ouviu a população, especialistas e, como apontam algumas pesquisas realizadas em outros estados, a sociedade teme sim o poder que a polícia tem nas mãos. Teme principalmente o abuso de autoridade. Os que já presenciaram alguma cena de violência em que policiais faziam parte, foram vítimas ou tiveram pessoas próximas como vítimas, declaram ter medo da polícia.

Maria (nome fictício) é uma delas. Depois de chegar a fazer um concurso para a Polícia Militar, hoje conta que mudou de idéia. E esta mudança aconteceu este ano, depois que ela e duas amigas presenciaram um ato de violência cometido por policiais. Maria, que aceitou falar com a reportagem sem que fosse identificada, viu uma pessoa ser baleada e garante que a situação não necessitava de tiros.

Ela e uma outra amiga foram até a delegacia e prestaram depoimento, relatando o fato. A terceira amiga não aceitou ir. Maria diz que por medo. Quando soube que o seu depoimento tinha chegado às mãos da imprensa, o temor de Maria começou. "Sinto medo dos policiais terem acesso a estes documentos. No depoimento tem meu nome, meu endereço. Temo que tentem fazer alguma coisa". Quando questionada porque passou a ter medo, ela declara: "pela frieza que vi dos policiais naquele dia".

O estudante Elton Souza Borges, 20, tem uma história parecida com a de Maria. Ele também queria fazer parte da polícia. Um amigo acabou entrando antes e Elton viu o amigo ser assassinado, por policiais. Os relatos das pessoas entrevistadas são praticamente os mesmos, mas poucas aceitaram ser identificadas e a justificativa é outra vez o medo.

"Não confio em nenhum policial depois do que aconteceu. É até ruim generalizar, mas perdi a confiança", relata Sandra Maria Campos, mãe de Cristian Campos Lopes que desapareceu há quase dois meses. Um tenente, identificado apenas como Padilha, é acusado de ter seqüestrado o jovem. As testemunhas do caso Cristian não aceitaram falar com a reportagem. Sandra explica que os jovens não saem mais nem de casa, também com medo da polícia.





Fonte: Gazeta Digital

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