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Internacional
Sábado - 25 de Agosto de 2007 às 15:04

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O primeiro-ministro da Grécia, Costas Caramanlis, decretou neste sábado o estado de emergência em todo o país, diante dos vários incêndios florestais que já mataram 46 pessoas no Peloponeso.

Em mensagem à Nação, Caramanlis disse que a decisão foi tomada "para mobilizar todos os meios e todas as forças para deter o mal (...) e tornar mais eficaz a ação para curar as feridas".

O primeiro-ministro, que qualificou os incêndios de "tragédia nacional", anunciou ainda um conjunto de medidas imediatas que incluem ajuda financeira e abrigo para os atingidos.

Os bombeiros encontraram hoje mais dois corpos no oeste do Peloponeso, o que eleva a 46 o número de mortos nos incêndios que arrasam esta região desde a sexta-feira passada, informou o porta-voz Nikos Diamandis.

Segundo Diamandis, as duas vítimas morreram na região de Zacharo, em Élide, no oeste do Peloponeso, onde 34 corpos já tinham sido descobertos.

Os bombeiros também encontraram quatro corpos na aldeia de Leondari, ao sul de Megalópolis, na Arcadia.

Outras seis pessoas faleceram na sexta-feira em Areópolis, na zona de Magna, no sul do Peloponeso.

Entre as vítimas fatais em Zacharo há uma mãe e seus quatro filhos, de 5 a 15 anos, assim como outras três crianças. Os socorristas também encontram dois grupos carbonizados nas estradas desta zona, que recebe muitas famílias e crianças durante o verão.

No início da tarde deste sábado, as chamas reforçadas por ventos violentos retomaram sua progressão no oeste do Peloponeso, onde ordens de evacuação foram emitidas para uma dezena de localidades, segundo os bombeiros.

Casas estavam queimando na aldeia de Smerno, ainda habitada por vários moradores, e faltava água em um dos caminhões dos bombeiros, segundo uma fotógrafa da AFP.

Mais de 800 bombeiros, auxiliados por cerca de 400 soldados e apoiados por 11 aviões e sete helicópteros, estão mobilizados em duas frentes no Peloponeso: no centro, perto de Megalópolis, e no nordeste, perto de Corinto.

Atenas lançou um apelo de ajuda à União Européia, e dois aviões franceses devem chegar neste sábado. A Alemanha e a Noruega também ofereceram um avião e três helicópteros.

"A prioridade é salvar vidas", disse à AFP uma porta-voz dos bombeiros.

Algumas vítimas "talvez demoraram demais a fugir", tentou explicar o porta-voz do governo Evangelos Antonaros. Entretanto, os bombeiros admitiram que não conseguiram chegar a tempo a todas as zonas ameaçadas.

Um incêndio violento começou na tarde deste sábado no monte Hymette, na periferia de Atenas, mas o fogo estaria praticamente sob controle, segundo os bombeiros. Um convento foi esvaziado, por precaução.

Uma última frente preocupava os bombeiros neste sábado, no sudoeste da ilha de Evia (nordeste de Atenas), onde os moradores de quatro pequenos balneários foram orientados a abandonar sua casas.

Num momento em que o país se prepara para eleições legislativas antecipadas, previstas para o dia 16 de setembro, Caramanlis lançou um apelo a todos os gregos para que unam suas forças. O Estado "fará o máximo para curar as feridas profundas" deixadas pela tragédia.

"Estamos travando uma batalha desigual em muitas frentes, em condições particularmente adversas", resumiu Caramanlis. Os bombeiros já investigam uma pista criminosa, lembrando que 22 focos de incêndio surgiram na sexta-feira durante a noite.





Fonte: AFP

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