Lula diz que economia brasileira crescerá 5%, apesar de turbulências
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a economia brasileira crescerá 5% ou mais neste ano, apesar das turbulências mundiais provocadas pela crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos.
Em discurso num ato público em Curitiba, Lula voltou a rejeitar a possibilidade de que as turbulências possam comprometer o crescimento econômico.
"A economia brasileira vai crescer 5% ou mais", afirmou o presidente. Lula anunciou investimentos de R$ 1,2 bilhão em projetos de saneamento.
Além de garantir que as finanças públicas e a inflação estão sob controle, o presidente afirmou que o Brasil está crescendo e gerando empregos.
"Nos sete primeiros meses do ano geramos 1,2 milhão de novos empregos formais, mais que em todo o ano de 2006", disse.
Como em vários discursos dos últimos dias, Lula reiterou que a crise que atingiu os mercados se restringe aos Estados Unidos.
"A crise está lá (nos Estados Unidos). Nós agora não devemos nada ao Fundo Monetário Internacional (FMI), não devemos nada ao Clube de Paris e temos reservas de US$ 160 bilhões para nos sustentar", afirmou.
Lula lembrou que até alguns anos, cada vez que ocorria uma crise internacional, como as originadas nos anos 90 no México, na Rússia e nos Tigres Asiáticos, o Brasil recorria imediatamente ao FMI para pedir ajuda. De acordo com o presidente, o país não precisa mais disso.
"Se os Estados Unidos estão com um problema, espero apenas que não sobre para o povo brasileiro, porque nós não temos nada a ver com as hipotecas deles, não temos nada a ver com a falta de pagamento. Aqui o povo pobre fez o que tinha que fazer e por isso a situação está tranqüila", afirmou.
Além de Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reafirmaram hoje que as turbulências nos mercados externos não alteram as previsões de crescimento econômico do Brasil.
No entanto, os dois foram mais modestos que o presidente. Mantega disse que a economia brasileira crescerá 4%. Já Meirelles afirmou que o crescimento será de 4,7% (a meta estabelecida pelo Banco Central).
"Não temos indicações de que nossa previsão possa ser revista para baixo", garantiu o presidente do Banco Central.
Meirelles, no entanto, admitiu que a crise internacional pode ter reflexos no Brasil.
"Caso aconteça uma desaceleração mundial muito forte, prejudicará o crescimento de todos os países de maior importância na economia mundial", afirmou.
Segundo o presidente do Banco Central, "não há dúvida de que uma recessão muito forte nos Estados Unidos e uma contração da economia mundial afetariam o Brasil".
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