"Comendador" nega sonegação fiscal

João Arcanjo Ribeiro afirmou esta semana que não é verdadeira a denúncia de sonegação fiscal, processo que responde na 6ª Vara Criminal de Cuiabá. Ele foi interrogado, junto com mais sete acusados de promoveram o desvio e extravio de documentos fiscais para a saída de toneladas de soja do Estado, acobertada por notas fiscais frias. De acordo com a denúncia, o valor sonegado foi de R$ 2,6 milhões em 2000 que, corrigido, alcança hoje os R$ 3,3 milhões.

O ex-contador de Arcanjo, Luiz Alberto Dondo Gonçalves, também responde ao processo mas não foi intimado. O interrogatório dele foi agendado para o ano que vem.

Segundo a denúncia do Ministério Público, os fraudadores foram auxiliados por agentes de tributos estaduais. Ao todo, foram 11 denunciados. Para a fraude, a organização teria contado com a empresa Coopergrão, uma simples cooperativa de prestação de serviços, cuja razão social inicial era Cooperativa de Mão-de-obra de Trabalhadores Urbanos e Rurais de Sorriso Ltda, com apenas 22 cooperados, cuja capital social era de R$ 10 mil.

O MP aponta que a empresa foi procurada pelo ex-contador de Arcanjo que convenceu o dono, Erno Lanz, a promover a parceria com Arcanjo. Segundo a denúncia, a empresa iria figurar como adquirente e vendedora, não precisando desembolsar capital. A fraude fiscal teria sido realizada por intermédio da manipulação de documentos fiscais da cooperativa, que teve o comando transferido para Arcanjo e a administração para Dondo.

Arcanjo afirmou no interrogatório que do denunciados só conhece o seu ex-contador e não conhece a empresa Coopergrão e nem a cooperativa de Sorriso citada na denúncia.

Os outros réus que prestaram depoimento são Vanderlei Carvalho da Silva, Herbert Lopes dos Santos, Feik Nabor Barros Joaquim, Carlos Roberto de Oliveira, José Divino Xavier da Cruz e José Swami Rodrigues Possui e afirmaram que a denúncia não é verdadeira.