56% dos empregos em cidades da AL 'são informais'
Um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Mundial constatou que 56% dos postos de trabalho nas áreas urbanas da América Latina e do Caribe são informais.
O documento Informalidade: Saída e Exclusão foi apresentado pela instituição como um alerta sobre este fenômeno que pode ser "prejudicial ao crescimento e ao bem-estar social, e uma força que corrói a integridade das sociedades da região".
Equivalente a cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a economia informal no Brasil está empatada com a média latino-americana.
Na Bolívia e no Panamá, a informalidade responde por cerca de 70% da economia.
Já na Argentina e no Chile, segundo os dados do Bird, esse fenômeno atinge cerca de 25% e 20% da economia, respectivamente.
Exclusão e saída
Os economistas do Bird disseram que a informalidade é percebida pelos trabalhadores como um elemento tanto de exclusão quanto de saída.
No primeiro caso, porque os trabalhadores informais não gozam dos benefícios sociais legais.
No segundo caso, porque muitas pessoas vêem a informalidade como uma alternativa de trabalho mais simples que a incorporação ao setor formal.
Esta situação é comum a jovens que vêem a informalidade como porta de entrada para o mercado de trabalho, e velhos que têm dificuldade de encontrar empregos em economias onde os postos são cada vez mais escassos para trabalhadores de idade avançada.
O estudo elogiou programas que facilitam a abertura e o pagamento de impostos de micro e pequenas empresas, como o Simples brasileiro, e recomendou que os benefícios da formalização trabalhista (acesso a crédito e a serviços, segurança jurídica, entre outros) sejam ampliados para incentivar a regularização da força de trabalho.
"Um melhor clima de investimento ajudaria as empresas formais a crescer e aumentar seus salários, reduzindo assim o estímulo à permanência na informalidade", afirmou em comunicado de imprensa o economista-chefe do Bird para América Latina e Caribe, Guillermo Perry.
Ele acrescentou que "ampliar a capacitação entre os pobres permitirá que um número maior de trabalhadores encontre melhores empregos assalariados em um setor formal mais dinâmico".
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