PMs são processados por assassinato de criança em Roo

O cabo Joailton Lopes Amorim, o soldado Cleber dos Santos Souza, o tenente-coronel Wilquerson Sandes, o capitão Hender Ulisses Garcia e o 1º tenente PM Gyancarlos Paglyneare Cabelho, vão responder a processo na 11º Vara Criminal Especializada em Justiça Militar. Os cinco foram responsabilizados pelo acidente ocorrido durante a simulação de resgate de reféns realizada em Rondonópolis (218 km de Cuiabá), em 26 de maio deste ano. Durante o evento foram usadas munições reais e o menino Luiz Henrique Bulhões, 12, morreu. Outras nove pessoas ficaram feridas. Cabe ao Ministério Público Estadual (MPE) definir o crime pelo qual serão processados.

Joailton e Cleber foram apontados em Inquérito Policial Militar (IPM) como sendo responsáveis pelos disparos fatais. Os demais - que coordenavam a simulação -foram penalizados por não terem preservado às cenas do crime o que prejudicou o trabalho de perícia criminal. Apesar do IPM ter sido concluído 60 dias após a tragédia, até hoje não se sabe como munição real foi parar em duas espingardas calibre 12.

O corregedor da PM, coronel Raimundo Francisco de Souza, não quis tecer detalhes do processo, mas informou que os militares continuam a responder procedimento administrativo, que poderá acarretar em advertências, multas e exclusão do quadro de servidores. A legislação determina que a conclusão do procedimento se dê em 20 dias, prorrogáveis por mais 15. No entanto, uma série de recursos jurídicos pode protelar a conclusão em anos.

Em Rondonópolis ainda tramita inquérito para apurar as causas e responsáveis pela ação. A Polícia Civil tem mais 60 dias para chegar a uma conclusão.