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Domingo - 05 de Maio de 2013 às 11:31
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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Mary Juruna/MidiaNews
Visando a neutralizar os impactos que as obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande irão causar no meio ambiente, o Consórcio VLT Cuiabá aderiu ao Programa Brasileiro de Inventário dos Gases de Efeito Estufa do Governo Federal, administrado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 
 
Para tanto, o consórcio fechou uma parceria com a empresa ECO2 Neutralização, para a elaboração de um relatório do inventário sobre quanto de gases agravadores do efeito estufa serão emitidos durante todo o andamento da obra do VLT.

 
 
O diretor técnico da Eco2 Neutralização, Bernardo Tabaczenski, explicou que todo o cálculo de emissão e neutralização de carbono é feito com base no GHG Protocol – uma ferramenta utilizada mundialmente.

 
 
"No caso do VLT, nós estamos investindo em área preservada, fazendo a aquisição desse carbono já de uma área preservada na nascente do Rio Cuiabá" “O inventário de gases de efeito estufa é um diagnóstico ambiental, que leva em conta as máquinas usadas nos canteiros, os carros utilizados pelos funcionários do consórcio, as viagens e os deslocamentos dos funcionários, a emissão de resíduos, a aquisição de bens e serviços terceirizados e a compra de energia elétrica para o funcionamento do VLT. Tudo isso é inventariado”, afirmou.

 
 
Assim, a empresa contabiliza diariamente a quantidade de poluentes que são emitidos pelo Consórcio e, como forma de neutralização ou compensação, a empresa se torna responsável pela manutenção de uma reserva de árvores nativas ou reflorestamento de uma determinada área.

 
 
Nesse caso, o Consórcio VLT adquiriu um estoque de 200 mil toneladas de carbono, que serão reduzidos à medida que as obras forem avançando. O estoque adquirido pela empresa é parte do Projeto Águas do Pantanal, que visa a conservação das 33 primeiras nascentes do Rio Cuiabá.

 
 
Comparação

 
 
Segundo o secretário da Copa, Maurício Guimarães, a adesão ao programa também atende à uma recomendação da Federação Internacional de Futebol (Fifa), que pede para que todo o evento da Copa atenda aos princípios da sustentabilidade.

 
 
Ele aproveitou para comparar o projeto com a Copa Verde, que já foi adotada na construção da Arena Pantanal.

 
 
“Na Arena Pantanal, nós temos a compensação, ou seja, nós investimos em área degradada, em parceria com o Instituto Verde, para recuperar as margens do Rio Cuiabá. No caso do VLT, nós estamos investindo em área preservada, fazendo a aquisição desse carbono já de uma área preservada na nascente do Rio Cuiabá, para que as pessoas que moram nessas áreas continuem preservando e não transformem a fazenda, por exemplo, em lavoura. Mas o intuito é o mesmo: neutralizar o carbono emitido na atmosfera com a construção dessas obras”, explicou.

 
 
A fazenda que atende ao projeto está localizada em Rosário Oeste (a 129 km de Cuiabá) e é um dos principais mananciais que abastece o Pantanal Mato-grossense, considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

 

Certificação

 
 
Várias exigências deverão ser cumpridas pelo Consórcio para que ele obtenha, no final da obra, a certificação internacional do programa. O diretor institucional da ECO2, Ewerson Duarte da Costa, ressaltou que essa é a primeira obra do Brasil que busca essa certificação.

 
 
Entre as atividades que devem ser cumpridas pelo Consórcio está o selo Pegada Limpa, que foi colocado em todos os veículos usados durante a construção do novo modal, bem como nas placas de obras e tapumes dos canteiros de trabalho.

 
 
“É um selo de identificação que estará presente em todos os veículos das 35 empresas terceirizadas e de todos os funcionários do Consórcio VLT Cuiabá. Todas as ações que resultem na emissão de gases poluentes serão monitoradas. Essa é a primeira obra do Brasil que está sendo certificada dentro do Programa de Inventários. Existe um impacto socioambiental, mas com benefícios, porque a gente está preservando uma área fantástica e trazendo conforto e qualidade para todos os habitantes”, disse.

 
 
“Com o selo Pegada Limpa, o Consórcio VLT Cuiabá está se comprometendo a preservar as 33 primeiras nascentes do Rio Cuiabá. Lá na fazenda, o rio tem ainda um metro e meio de largura, ou seja, é o início de toda essa água que chega para alimentar as cidades de Cuiabá e Várzea Grande. A biodiversidade da fauna e flora é preservada”, completou Tabaczenski.





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